O Dia Internacional das Mulheres, celebrado nesta segunda-feira (8 de março) ganhou destaque por movimentos e ações sociais de mulheres que lutam pela representatividade, igualdade de direitos e na ajuda de outras mulheres a compreenderem melhor a importância de contar histórias de vida e inspirar pessoas.
Caso de Márcia Dantas e Valéria Vieira, que fazem parte da AIDEAL (Associação de Incentivo ao Desporto, Educação, Arte e o Labor), e comentaram em entrevista ao RDtv sobre a dificuldade das mulheres em conseguirem se sentir importantes para apresentarem suas histórias de vida, que foram escritas no livro Mulheres Incríveis: Histórias Fascinantes, durante o ano de 2020.
“A ideia inicial era abrir um concurso para que as pessoas pudessem se inscrever e contar suas histórias, mas percebemos que não teve retorno das mulheres. Um dos fatores que me instigou é o de que a mulher não se acha capaz. Quando nos colocamos nesse papel a gente deixa de conquistar aquilo que merecemos”, explica Márcia.
O projeto começou a ser discutido em 2020, após rodas de conversas criadas de forma online pela associação. “Um dos eixos da associação é sobre mulheres, como trabalhar essa questão. No ano passado convidei a Valéria para que construíssemos esse projeto. Iniciamos com lives de mulheres para contar suas histórias, pois sabemos o poder de transformação que isso tem”, salienta.
Contar a história de 14 mulheres foi o passo inicial, segundo Valéria, que considera ter aberto novas oportunidades para mulheres se sentirem mais seguras a fazerem a diferença. “Fomos convidando mulheres mais próximas, pessoas que sabíamos que tinham vontade, mas não tinham incentivo. Dessa forma criamos o livro e trouxemos a questão de que nós não somos protagonistas, mas vamos ser a partir de agora, mesmo que tenha que ser por nos mesmas”.
No livro, Valeria informou que a religião se destacou em diversas histórias de mulheres, que traz a diversidade e sentimentos profundos das entrevistadas para o projeto. “A grande maioria das historias tem esse viés da religião, que traz algo muito pesado para as mulheres, principalmente para o corpo delas”, completa.
Coordenadora da Casa de Referência da Mulher Helenira Preta, em Mauá, Amanda Bispo, salientou que o futuro das mulheres depende delas e que para isso é necessário que se unam em ações e movimentos. “Precisamos e devemos ser o poder da nossa sociedade, opinar, decidir e tomar as regras do nosso futuro, só quando esse poder estiver em nossas mãos que a sociedade vai ser justa para as mulheres”, explica.
O espaço de acolhimento a mulher ganhou destaque durante a pandemia e Amanda informa que a Casa atendeu mais que os serviços públicos. “Nós estamos dentro dos bairros, então é mais fácil, além disso conseguimos ir até as mulheres e ajuda-las. O nosso papel também é o de apresentar para as mulheres que é possível mudar a nossa realidade. Temos construído com outros movimentos do ABC uma campanha de solidariedade, sabemos que as condições de vida ficaram mais difíceis”, completa.