São Caetano entra na Justiça para seguir na fase laranja do Plano SP

A Prefeitura de São Caetano oficializou nesse sábado (6/3) que entrará na Justiça para que o município migre para a fase laranja do Plano São Paulo. A decisão ocorre após movimentação de comerciantes e vereadores contrários as medidas mais restritivas de circulação devido a alta de casos do covid-19 e a oficialização dos 10 primeiros casos da “variante de Manaus” no município.

Em nota oficial o comando do Palácio da Cerâmica relatou que visitou diversos comércios ao longo dos últimos dias para que pudessem cumprir os protocolos exigidos no plano estadual que desde a 0h deste sábado só permite a abertura de comércio essencial, medida essa que seguirá até o dia 19 de março. Porém, relatou sua vontade política de tentar mudar a situação.

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“Paralelamente, a Prefeitura se prepara para ingressar com ação judicial para que a cidade conquiste, na Justiça, o direito de regressar à Fase Laranja. O pedido tem como base todos os investimentos realizados na área da Saúde nos últimos tempos”, diz a nota.

“Neste domingo (7/3), a Secretaria de Saúde abrirá mais 10 leitos de UTI covid-19 no Complexo Hospitalar de Clínicas, reduzindo substancialmente os índices de ocupação de leitos de terapia intensiva. Também abrirá, nos próximos dias, Hospital de Campanha com 48 leitos de enfermaria para garantir o atendimento a todos que precisarem”, seguiu o texto.

“A Prefeitura reitera que, independente da fase, o combate à pandemia é um dever de todos. Por isso, os cuidados individuais devem ser mantidos, como a higienização das mãos, o distanciamento social e o uso obrigatório de máscaras”, completou.

O anúncio da ação judicial ocorre após a movimentação de vereadores governistas em prol dos comerciantes. Daniel Córdoba (PSDB) foi o primeiro a requerer do município estudos para seguir para a fase dois do Plano São Paulo, tal fato foi alvo de críticas como a da vereadora Bruna Biondi (PSOL).

Comerciantes relatam encontro com o prefeito Tite Campanella

Desde a manhã deste sábado fotos, textos e um áudio de um comerciante já relatavam as reuniões com Tite Campanella e muitos já se perguntavam se poderiam abrir os bares e restaurantes para o atendimento do público mesmo sem uma decisão oficial, algo que não seria permitido pelo decreto estadual.

Poucos minutos antes da nota da Prefeitura, o presidente da Aciscs (Associação Comercial e Industrial de São Caetano do Sul), Alessandro Leone, publicou um vídeo (veja abaixo) em que relata a reunião que teve com o chefe do Executivo que avisou que não poderia fazer nada.

Na sequência chama a medida de redução da restrição do comércio como “tirana” e vê que existem duas “batalhas”, uma contra o vírus e outra contra o Governo do Estado.

A medida do Governo do Estado ocorreu após diversos hospitais apresentarem mais de 80% de ocupação de seus leitos, alguns em 100%. A Secretaria Estadual de Saúde prevê um possível colapso no sistema ainda na primeira quinzena de março. O Centro de Contingência, formado por especialistas em infectologia, chegou a pedir o lockdown, ou seja, o fechamento de quase todos os comércios.

O resultado acabou sendo pela fase vermelha, que diferente do ano passado, permite a abertura gradual das atividades religiosas e o prosseguimento do retorno gradual dos alunos. São Caetano é a única cidade que segue normalmente com a retomada das aulas na rede pública e privada.

Em reunião no Consórcio Intermunicipal Grande ABC, no mesmo dia da decisão do Estado, os prefeitos foram unanimes em manter as medidas mais restritivas. No ano passado, Diadema e Santo André tentaram seguir para fases mais flexíveis mesmo sem a permissão estadual. Os diademenses foram barrados na Justiça e os andreenses receberam a orientação de não prosseguir com a ação para que não tivesse o mesmo desgaste.

Nova cepa

Na última quinta-feira (4/3), em primeira mão ao RDtv, o infectologista e docente da Universidade Municipal de São Caetano, Fabio Leal, revelou que de uma amostragem de 18 casos de covid-19 na cidade, 10 apresentaram ser da nova cepa P.1, popularmente conhecida como a “variante de Manaus”. Esse foi o primeiro relato oficial de casos dessa variante na região que ainda tem novas suspeitas em Ribeirão Pires e São Bernardo.

(Informações: Carlos Carvalho, George Garcia e Leandro Amaral)

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