Levantamento realizado nesta sexta-feira (5/3) aponta que o ABC está próximo a registrar colapso na saúde pública. Isso porque 89,1% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais públicos da região estão ocupados por pacientes diagnosticados com o novo coronavírus (covid-19), percentual 35,3% a mais em relação a dezembro de 2020, quando a região internou 167 pacientes em estágio grave da doença.
Segundo dados fornecidos pelas prefeituras, Ribeirão Pires é a cidade que atingiu maior patamar de ocupação até o momento, com 100% de ocupação na ala de emergência do Hospital de Campanha, com 15 internados, e 75% de ocupação na enfermaria, com 18 internados. Na sequência aparece Diadema, com taxa de ocupação em 94% nos leitos de UTI e 96% na ala de enfermagem. Dos 57 leitos de enfermaria, 55 já estão ocupados, enquanto dos 18 leitos de emergência disponibilizados, 17 estão preenchidos por pacientes em estado grave.
Mauá atingiu patamar de 93% dos 26 leitos de UTI ocupados, com 24 pacientes internados em estado grave no Hospital Nardini. A Prefeitura não informou quantos leitos estão disponíveis para atendimento dos infectados por covid-19. Nesta quinta-feira (4/3) o índice de ocupação dos leitos de UTI em Santo André, considerando hospitais públicos e privados, chegou a 87,97%, maior patamar desde que teve início a pandemia do novo coronavírus.
São Bernardo, que conta com 457 leitos destinados a pacientes com coronavírus, tem 213 leitos de enfermaria e 122 leitos de UTI ocupados, o que representa taxa de ocupação de 66% e 83%, respectivamente. Já considerando apenas os leitos de UTI adulto, a ocupação no momento é de 90%. São Caetano apresenta a menor taxa de ocupação, com 77% dos 40 leitos de UTI ocupados e 80% dos 26 leitos de enfermaria ocupados. Há, ainda, 60% dos leitos de enfermaria clínica pediátrica ocupados, e de UTI neonatal com 50%.
Políticos tentam 110 leitos com Estado
Em tom de apelo o prefeito de Ribeirão Pires, Clovis Volpi (PL), divulgou em suas redes sociais na última segunda-feira (1/3), que a cidade não conta com leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis para os casos de covid-19. Além disso, relatou o esforço do Consórcio Intermunicipal Grande ABC para conquistar 110 novas vagas de emergência junto ao Governo do Estado, algo reforçado por outros políticos da região.
A situação de calamidade em relação a ocupação dos leitos destinados aos infectados pelo novo coronavírus fez com que Volpi iniciasse uma campanha de apelo para que as pessoas fiquem em casa. “Por favor, colaborem conosco. Não temos leitos de UTI no ABC para colocar ninguém, nem se quiséssemos pagar, a Prefeitura pagaria para ter leitos de UTI nos hospitais particulares, não existe”, disse o chefe do Executivo pedindo para que as pessoas fiquem em casa e só saiam de máscara.
Segundo Clovis, que também é vice-presidente do Consórcio, o prefeito de Santo André e presidente da entidade regional, Paulo Serra (PSDB), se reuniu com vice-governador e secretário de Governo, Rodrigo Garcia (DEM), e em um vídeo teria afirmado que lutaria para a instalação de 110 novos leitos de UTI para a região. Porém, ainda não há uma sinalização sobre o assunto. (Colaborou Carlos Carvalho)