O Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp) divulgou nesta segunda-feira (22/2) uma nota de repúdio contra a decisão da Prefeitura de São Bernardo em adiar o início do ano letivo nas escolas públicas e privadas do dia 1º de março para o dia 15 devido ao crescimento nas internações devido ao novo coronavírus.
No texto assinado pelo presidente da entidade sindical, Benjamin Ribeiro da Silva, é dito que “não são as crianças as vilãs do repentino aumento de casos de covid-19 ou da maior ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Pelo contrário: já está mais do que provado, no mundo inteiro, que as crianças se contaminam muito pouco e raramente transmitem a doença”.
Em outro trecho, Benjamin afirma que as crianças e suas famílias vão “pagar o preço da gestão ineficiente, pois o lockdown anunciado (na verdade não é um lockdown, mas com o adiamento também foi anunciado um toque de recolher entre às 22h e às 5h) é somente contra as crianças, já que elas terão que continuar confinados em casa. Enquanto isso, bares, buffets, academias, shoppings, todo o comércio de rua e toda a indústria, parques públicos, enfim, a cidade inteira pode continuar aberta. A escola não: fica fechada”.
Por fim, o presidente do sindicato alega que o não retorno das aulas presenciais, mesmo de maneira gradual, não será o responsável pela desocupação dos leitos para os infectados pelo novo coronavírus e nem o que vai fazer com a taxa de contaminação caia, e chama a atitude da Prefeitura são-bernardense de “ilusão”.
Entenda o caso
São Bernardo, assim como Santo André, projetava a retomada gradual dos alunos para as escolas a partir do dia 1º de março. Mas com o aumento do número de pessoas internadas chegando ao patamar geral de 80%, o prefeito Orlando Morando (PSDB) resolveu emitir dois decretos, o primeiro adia para o dia 15 de março a retorno dos alunos e proibindo qualquer tipo de atividade de acolhimento até que uma nova avaliação dos números seja feita.
A segunda medida foi um toque de recolher que valerá por tempo indeterminado a partir do próximo sábado (27/2) em que apenas hospitais, farmácias e os agentes da segurança pública poderão circular pelo município entre às 22h e às 5h.
Confira a nota completa do Sieeesp: