Após a aprovação pela Câmara do projeto de lei que criminaliza a fraude na vacinação contra o novo coronavírus, o deputado federal Alex Manente (Cidadania) ainda vê alguns motivos de preocupação sobre a imunização no Brasil. Ao RDtv desta quinta-feira (18/2) o parlamentar defende a manutenção do período de 10 dias para que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) analise os pedidos de uso de novos imunizantes e não a redução para cinco dias como foi aprovado no Congresso.
Para Manente, a Agência demonstrou que não tem influência política em sua decisão, algo que ficou claro em janeiro quando houve a liberação das vacinas Coronavac e de Oxford, que são utilizadas no país. “Não podemos ingerir na Anvisa para reduzir a qualidade da análise, mesmo com todos tendo pressa para ter novas vacinas”, resumiu.
Outra preocupação é o caminho traçado pela União na aquisição de novos imunizantes. “Nós estamos preocupados, porque só vamos ter o controle da pandemia quando houver a vacinação em massa e infelizmente o Brasil não se preparou como deveria para receber toda a vacinação, todos os pedidos de previsão de compra como ocorreu com a Pfizer que seria importante nesse momento”.
A fala do parlamentar ocorreu antes de receber a informação de que a Anvisa certificou a fabricação da vacina da Pfizer no país, o que pode ser um passo para uma breve autorização do uso emergencial. O mesmo é aguardado para a vacina russa Sputnik V que conta com pedido coletivo das sete cidades da região.
Sobre o ABC, Alex Manente considera que a região tem um combate a pandemia e um ritmo de vacinação “acima da média do Brasil”, e que a organização da região deve servir como exemplo na aceleração do processo de imunização.
Fraude e fura-fila
Manente relatou os detalhes que o levaram a debater a tipificação em crimes para quem fura a fila de vacinação e para aqueles que fraudam o processo de imunização. “Tive essa ideia quando eu vi a primeira notícia de um prefeito que furou a fila, aquilo foi o start para começar a pensar em uma ideia. Foram 17 projetos apresentados na mesma linha e que foram unidos para a aprovação”, explicou.
Questionado sobre a movimentação em São Bernardo que aprovou um projeto de multa para quem furar a fila, de autoria de Julinho Fuzari (DEM), e as propostas dos vereadores Eduardo Leite (PT, Santo André) e Josa Queiroz (PT, Diadema) que vão na mesma linha, o deputado federal considera que todas as ações são complementares para punir a minoria que acaba realizando tais crimes, o que ajuda na fiscalização.