A prisão do deputado federal carioca, Daniel Silveira (PSL) após a divulgação de um vídeo em que ele ataca pessoalmente membros do STF (Supremo Tribunal Federal) gerou automaticamente um levante de posicionamentos em favor do parlamentar de pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) do qual Silveira é apoiador. Silveira foi preso em casa na noite de terça-feira (16/02) por ordem do ministro do supremo, Alexandre de Morais, que se baseou na Lei de Segurança Nacional. Apesar de concordarem com o posicionamento em relação à suprema corte, políticos bolsonaristas do ABC, afirmam que não teriam feito como Silveira.
Segundo o deputado estadual coronel Paulo Nishikawa (PSL) não há nenhuma mobilização da executiva paulista do partido no sentido de manifestar apoio ao congressista carioca. “A nossa estadual ainda não se manifestou enquanto que a nacional quer expulsá-lo, em São Paulo não tem nada previsto em apoio”, disse o deputado, único representante do ABC eleito pelo partido para o Legislativo estadual.
Nishikawa também considera, da mesma forma como deixou claro Daniel Silveira em seu vídeo, que há interferência do Judiciário sobre o Legislativo. “Se não se pode exercer o mandato com uma certa liberdade, que é garantida pela Constituição, há então uma interferência indevida no Legislativo o que prejudica a harmonia entre os poderes”, analisa. Porém o deputado estadual disse que jamais colocaria sua opinião em forma de ataque. “Nisso eu penso totalmente diferente, a minha legislatura tem sido pautada na tentativa de harmonização, jamais atacaria qualquer poder, sou advogado e respeito as leis e os poderes, mas essa interferência pode ainda trazer problemas maiores”, prevê.
O vereador de São Bernardo, Paulo Eduardo Lopes, o Paulo Chuchu (PRTB), que é amigo pessoal da família Bolsonaro, publicou na sua página no Facebook e no Twitter seu posicionamento em relação ao caso. “Só podem estar de brincadeira, prender um deputado federal por um vídeo na internet? Aguardem cenas bem piores se atitudes não forem tomadas!”, publicou. Ao RD, o parlamentar disse que ficou chateado com a situação envolvendo o deputado carioca. “Ficamos chateados com essa interferência, já fomos acusados de interferir, coisa que a gente nunca fez, e tive as contas de Facebook, Instagram e Twitter derrubadas. Depois tive que criar outras novas. Para mim o deputado fez uso da sua imunidade parlamentar e deu a opinião pessoal dele”, disse Chuchu.
O vereador disse ainda que compartilha da opinião quanto as críticas feitas por Silveira sobre interferência entre poderes, mas que não faria um vídeo como o publicado pelo deputado. “Eu respeito a figura do Judiciário, até como policial civil que sou e que tive muito contato com juízes. Eu me portaria de forma diferente”. Perguntado sobre algum ato em apoio ao deputado federal, Paulo Chuchu disse que não há nada definido ainda. “Vamos aguardar um posicionamento da Câmara e do senador Flavio Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro”, concluiu.
A assessoria do deputado federal Daniel Silveira, divulgou nota na manhã desta quarta-feira (17/02) em que relata que ele passou a noite na carceragem da Polícia Federal, no Rio de Janeiro e aguarda um posicionamento da Câmara Federal sobre a sua prisão. “A prisão do deputado representa não apenas um violento ataque a sua imunidade material, mas também ao próprio exercício do direito à liberdade de expressão e aos princípios basilares que regem o processo penal brasileiro”. O próprio deputado publicou em sua conta no Twitter: “Aos esquerdistas que estão comemorando, relaxem, tenho imunidade material. Só vou dormir fora de casa e provar para o Brasil quem são os ministros dessa suprema corte. Ser “preso” sob estas circunstâncias, é motivo de orgulho”.