Após as eleições na Câmara dos Deputados e no Senado, o clima esquentou no PSDB com a disputa interna entre o grupo do governador paulista, João Doria, e do atual presidente da legenda, Bruno Araújo. O prefeito de Santo André, Paulo Serra, considera que existe a necessidade da legenda “lavar roupa suja”. Ao RDtv desta quinta-feira (11/2) o tucano relatou que o partido não tem perfil de fazer uma oposição sistemática ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
O principal debate do tucanato é a prorrogação do mandato de Bruno Araújo como presidente nacional ou ter a eleição interna conforme quer Doria, um dos pré-candidatos ao posto. A discussão interna engloba em sua pauta os possíveis nomes para a disputa para presidente da república no próximo ano, entre os nomes cotados estão o do chefe do Palácio dos Bandeirantes e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.
Para Paulo Serra, o debate interno pode fortalecer a legenda. “Para a própria sobrevivência o partido não pode ter medo de discussão, de disputa, de prévias se for o caso. O processo tem que ser muito claro, muito transparente. O partido que já governou o Brasil por dois mandatos (com Fernando Henrique Cardoso), que acabou com a inflação, que tem tantas contribuições econômicas decisivas para o nosso país não pode ter nenhum receio de ‘lavar roupa suja’ com as disputas internas. Na minha opinião isso é saudável”.
Internamente a situação do partido atinge a longo prazo até mesmo a decisão interna para a sucessão de João Doria no Estado, caso o mesmo seja candidato a presidente. Dois caminhos internos foram traçados até o momento. O primeiro coloca o ex-governador Geraldo Alckmin como candidato ao posto e o segundo caminho é filiar o atual vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), no tucanato.
No curto prazo, o partido se divide sobre o comportamento em relação ao governo Bolsonaro. Doria deixou claro que seu posicionamento é que a legenda faça uma oposição ferrenha ao atual chefe da nação. Por outro lado, outros tucanos defendem que a avaliação deva ser em relação a cada pauta proposta.
“O PSDB não tem o perfil de ser um partido de oposição sistemática. É claro que eu mesmo tenho minhas discordâncias, inúmeras com o presidente Bolsonaro ou com o governo do presidente Bolsonaro, mas não é em tudo que o governo Bolsonaro faz. Vou dar um exemplo de agora, a independência do Banco Central é uma pauta liberal que o PSDB defende”, exemplificou o andreense.
Nesta sexta-feira (12/2), às 11h, a executiva nacional do PSDB se reúne para definir que Bruno Araújo será mantido no cargo ou se haverá eleições internas.