Menor cidade em tamanho territorial e em orçamento, Rio Grande da Serra quer deixar de ser um mero coadjuvante na região, pelo menos é que indica o prefeito Claudinho da Geladeira (Podemos). Ao RDtv nesta terça-feira (9/2) o chefe do Executivo relatou que o município necessita de mais ajuda dos vizinhos do ABC para conseguir mais investimentos e assim conquistar o protagonismo que tanto almeja. Entre os principais temas está a retomada do debate sobre os royalties da água junto a Sabesp.
Com um território de 100% de área de manancial, o município atualmente é responsável por 7% da água que é distribuída no Estado de São Paulo. Apesar da exploração realizada para o abastecimento, a cidade não conta com contrapartidas, fato que irrita aos moradores e o prefeito.
“Quem quiser visitar pode ver os problemas. Temos um esgoto que é afastado da represa, mas não tem tratamento. Precisamos rediscutir isso com a Sabesp, com o Governo do Estado, pois, precisamos também de mais verba. Rio Grande não pode ser o quintal do ABC, temos potencial para ser maior”, disse Claudinho.
Além das questões ambientais, outro setor que é alvo de tentativas de investimentos é o de serviços. O chefe do Executivo tenta atrair empresários para investir no município de cerca de 50 mil habitantes e que tem dependência em quase todas as situações das cidades vizinhas como Santo André, Ribeirão Pires e Mauá.
“Não temos uma farmácia 24 horas, temos apenas um posto de gasolina, 80% da população abastece na cidade vizinha. Temos condições e público para receber outras lojas, outros investimentos. Temos uma cidade com baixo índice de criminalidade, terrenos com o metro quadrado barato, ou seja, podemos ter investimentos. Eu quero ser uma espécie de garoto propaganda da cidade para atrair os empresários”, relatou.
A busca por novos investimentos na cidade tanto do setor privado para a criação de empregos, quanto do setor público para a resolução de algumas obras como a do terminal rodoviário que está parada, Claudinho tenta o apoio dos colegas do Consórcio Intermunicipal Grande ABC como um intermediário junto aos governos Estadual e Federal.
Além da obra, a cidade busca maiores repasses para custeio dos serviços públicos. Com R$ 4 milhões em precatórios, e outros R$ 4 milhões em multas ambientais do cemitério e dos dois parques, a Prefeitura teve que cortar alguns gastos para garantir o pagamento dos salários dos servidores públicos em dia.
Segundo o prefeito, nos primeiros dias de mandato foram economizados R$ 130 mil, porém, o receio sobre um possível sequestro de verbas por causa dos precatórios ainda ronda o ambiente da cidade. “Infelizmente ainda somos considerados como um bairro do ABC, temos que mudar isso”, concluiu.