Com mais de 298 áreas de risco de deslizamento de terra e alagamentos, o ABC já registrou duas mortes em decorrência de enchente em 2021. Ambas ocorrências foram em Mauá, dia 31 de janeiro. Segundo relatos, as vítimas usavam drogas embaixo de uma ponte, no córrego Corumbé, e foram levadas pela correnteza. No dia seguinte (01/2), o corpo de Gabrielle Rodrigues foi encontrado. Já na tarde de 2 de fevereiro, um corpo foi encontrado no piscinão do Capuava, com suspeita de ser a segunda vítima.
Com medo das enchentes, Mauá começou dia 11 o processo de instalação de novos equipamentos que vão auxiliar na prevenção de acidentes causados por chuvas. Inicialmente, foram instaladas duas bases de pluviômetros que servem para medir, em tempo real, a quantidade de precipitação em determinada área. Além disso, uma dessas bases também opera como fluviômetro, com medição do nível de água do rio Tamanduateí.
Sérgio Moraes, coordenador da Defesa Civil de Mauá, diz que os equipamentos são importantes aliados no trabalho do órgão e fazem parte de parceria com o governo do Estado. “Os dados são recebidos em tempo real, o que permite darmos respostas rápidas na prevenção de acidentes decorrentes do alto volume de chuvas, que podem causar deslizamentos e alagamentos”, explica. As informações obtidas por essas bases representam metade do trabalho de prevenção da Defesa Civil.
O primeiro pluviômetro foi instalado na Gruta Santa Luzia, no Jardim Itapeva, e a outra base, que desempenha função dupla, próximo ao viaduto da Vila Santa Cecília. Nos próximos dias também serão instalados pluviômetros, no Jardim Kennedy e Jardim Primavera, e outros dois que também medem o nível das águas, um no piscinão do Jardim Sônia Maria e outro na avenida Presidente Castelo Branco.
A Prefeitura informa, ainda, que tem atuado em todas as regiões, a fim de executar serviços de roçagem, capinagem, cata bagulho e limpeza para evitar futuras enchentes.
São Bernardo possui 162 áreas de risco e, em 2020, registrou um óbito de um homem, que caiu no córrego Saracantan, após chuva. A cidade iniciou 2021 com 23 obras de contenção de encostas concluídas para garantir a proteção de áreas de risco. Uma delas a obra no talude próximo às ruas Itapiruna e José Raimundo dos Santos, no Nova Baeta. Com investimento de mais de R$ 1,7 milhão, a obra reforça a segurança de 80 moradias no bairro, por meio da instalação de sistemas de drenagem urbana, remoção de depósito na encosta e estabilização de talude, com contenção e proteção.
Sem mortes desde o ano passado, por conta de deslizamento de terra ou alagamentos, Ribeirão Pires conta com 104 áreas de risco na cidade.
Já em Santo André, são 32 locais considerados de risco, mas sem ocorrências com vítimas. A cidade conta com o Programa Operação Chuvas de Verão, com vigilantes para casos de enchentes, solapamentos de margens e movimentações ou deslizamentos de terra.