A decisão do Governo do Estado sobre o encerramento antecipado das atividades de bares, restaurantes e buffets devido ao novo faseamento do Plano São Paulo irritou os empresários do setor. Em entrevista ao RDtv nesta segunda-feira (25/01), o presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), Beto Moreira, não escondeu a irritação com decisão considerada “arbitrária” pelo setor que vislumbra mais demissões nas próximas semanas.
“Recebemos essa informação como todos os empresários receberam, estarrecidos com essa nova maldade feita pelo Governo do Estado de São Paulo. Já não bastava o aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o setor de alimentação fora do lar, agora essa nova medida que o Governo do Estado, para que? Vai deixar muita gente desempregada e muitas empresas vão fechar”, disse Moreira.
Com o funcionamento dos estabelecimentos ocorrendo conforme o faseamento da região, Beto crê que o percentual de funcionários demitidos no setor na região chegou à casa dos 30%. O mesmo percentual é usado para falar sobre o fechamento de empresas.
O empresário considera que o Estado acredita que a culpa do aumento do número de casos e de óbitos em consequência do novo coronavírus é do setor de alimentos. “Todos estão seguindo os protocolos exigidos desde o início, estão cumprindo à risca todas as determinações. Agora, o Estado não olha para os ônibus lotados, para o metrô lotado e só olha para os restaurantes e bares?”, questionou.
Até o dia 7 de fevereiro apenas serviços essenciais funcionarão a partir das 20h até às 6h do dia seguinte, além de finais de semana e feriados. Nenhum bar, restaurante e buffet pode ficar com as portas abertas ou atendendo clientes com a porta fechada, uma espécie de “toque de recolher”.
Apesar de não promover qualquer ação que faça com que os filiados ao Sehal descumpram tal medida, Beto Moreira afirmou que está estudando o decreto estadual emitido no último sábado (23/01) para saber quais medidas judiciais. “Estamos pagando o preço das aglomerações nas eleições, do final de ano, infelizmente”, ressaltou.
O representante da classe também criticou a pressão feita pelo Governo do Estado para que ninguém vá contra esse processo na região metropolitana, o que considera que seja diferente da relação que houve no litoral quando houve uma rejeição das medidas estaduais durante as festividades de Natal e Ano Novo.