Afastada do trabalho desde o início de maio, uma enfermeira da UBS (Unidade Básica de Saúde) Paineiras, em Diadema, que preferiu não ser identificada, relata que, mesmo sendo portadora de comorbidades, foi convocada para voltar a atuar. Hipertensa e diabética, a servidora se recusou, mas teme o retorno, já que o País passa por um pico da doença.
Durante troca de mensagens com a sua chefe, que afirma que, caso o prazo não seja prorrogado, a profissional teria que voltar a trabalhar no último dia 15, a servidora se recusa dizendo não se sentir segura. “Eu não posso retornar agora que estamos em um novo pico da doença. Portanto, pedi para que me desse folga”, conta.
Por entender a necessidade de isolamento da funcionária, a chefe aceitou o pedido e cedeu os dias em casa para que ela não fosse prejudicada. Entretanto, a enfermeira afirma que, se não fosse a compreensão da dirigente, a situação seria outra e ela já teria voltado ao trabalho, mesmo sem ter recebido a vacina. “Nem toda chefia faz isso. Infelizmente estamos passando por toda essa insegurança”, desabafa.
Questionada, a prefeitura de Diadema informou que, conforme Decreto nº 7.867, de 14 de janeiro de 2021, fica mantido até o dia 31 de janeiro de 2021 o afastamento dos trabalhadores, e que nesse período citado, os profissionais estão sendo convocados para uma reavaliação.
Paralelo a isso, uma nova Portaria é preparada pela Secretaria de Saúde com o objetivo de atender as necessidades do serviço público em consonância com as medidas de proteção, revisando critérios e parâmetros para os afastamentos em razão de licença médica por Covid-19.
“Reiteramos que cada caso seja analisado de forma individual e que a segurança dos profissionais será mantida. Aqueles que não tiveram condições de voltar ao trabalho nesse momento continuarão afastados ou em regime de teletrabalho, quando possível e se assim a função permitir”.