Funcionários da Educação de S.Caetano sofrem sem pagamento de abono

Prefeitura diz que ainda estuda como pagar servidores (Foto: Banco de Dados)

Prestes a iniciar o ano letivo de 2021 e os profissionais da Educação em São Caetano seguem sem qualquer tipo de previsão para receber o abono salarial atrasado do ano passado. Em nota, a Prefeitura de São Caetano afirma que “ainda não há previsão para o pagamento das últimas parcelas”, e que a Secretaria de Fazenda está avaliando as condições fiscais, o que coloca os profissionais em situação de desespero.

A auxiliar de primeira infância Ana Carolina Lessio recebe o piso salarial, porém, além das dívidas do dia-a-dia, atualmente também mantém um empréstimo consignado ativo, o que a deixa extremamente preocupada, uma vez que o valor líquido atual em conta está menor. “Desde a aprovação da lei no início do ano, conto o valor do abono como certo e utilizo para complementar o pagamento do aluguel, pois moro sozinha. Com o atraso, tive que pedir ajuda para meus pais, mas muitos colegas não tem essa sorte”, diz.

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Segundo a educadora, algumas atividades tiveram que ser interrompidas por conta da falta de pagamento do abono salarial, entre elas o tratamento dentário que estava em andamento. “Sem o abono infelizmente não tenho condições de pagar”, completa.

Quem também sofre sem receber o abono salarial é a auxiliar de primeira infância Aline Fernandes Galera, que utiliza a verba para pagar as contas de casa. “Eu pago R$1.450 de aluguel fora as contas de luz, supermercado, medicação, mas está muito difícil nessa situação […] Nem nosso dissídio foi votado neste ano, então sem aumento, sem bônus, como fica a vida do servidor?”, questiona.

Em busca de respostas, o Coletivo Servidores em Ação, se movimenta desde o ano passado para tentar resolver a situação. Aline Fernandes, participante do movimento, conta que por diversas vezes tentaram dialogar tanto na Secretaria da Educação como na Secretaria da Fazenda, em busca de soluções, para ao menos conseguir uma previsão para os servidores públicos. “Tentamos várias vezes no ano passado, sem sucesso, mas não desistimos, continuamos tentando”, diz.

Uma outra servidora que preferiu não ser identificada conta que o abono salarial complementaria sua renda familiar. Seu marido, que trabalha em comércio, teve o serviço interrompido por conta da pandemia, o que fez a situação agravar. “Meu marido é comissionado, sem registro. Ele ficou meses em casa sem salário, e com essa situação, nós dois ficamos desestabilizados, um sem salário e o outro sem bônus”, conta.

As reclamações em geral ocorrem desde o fim do ano passado. A princípio, a justificativa da administração pública era de que os problemas causados pela não presença do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) que estava internado devido ao quadro do novo coronavírus (Covid-19). Já quando o vereador Pio Mielo (MDB) assumiu o comando do Paço interinamente, houve avanço de algumas questões, como o pagamento da última parcela do auxílio merenda.

O abono dos profissionais da Educação, no entanto, seria alvo de reuniões e uma resolução seria feita antes do final do mandato. Em 23 de dezembro, a Prefeitura anunciou o pagamento do valor em relação ao mês de outubro, cerca de R$ 2,1 milhões, aos 3.656 funcionários, mas ainda resta os meses de novembro e dezembro para pagar.

O benefício varia de R$ 250 a R$ 1.000, dependendo do cargo que o servidor ocupa, e da quantidade de aulas ministradas. Os demais servidores públicos da Educação também recebem.

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