Comumente pessoas esquecem seus pertences em locais públicos, seja documentos ou objetos inusitados, como muletas, dentaduras e objetos sexuais, por exemplo. Para isso, empresas trabalham com o serviço de Achados e Perdidos, disponíveis para que os usuários encontrem mais facilmente o que perder.
Na CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), o setor recebe, em média, 7.600 itens por mês, porém, em função da pandemia, esse número abaixou para 5 mil em todas as linhas. Atualmente, a empresa contabiliza 11.160 pertences na Central de Achados e Perdidos, sendo a maior parte deles documentos pessoais.
Segundo o assessor técnico do departamento de relacionamento com o cliente, Vandeir Souza, dentre os objetos mais inusitados já encontrados nas estações, estão: muletas, carrinhos de bebê, drone, pia com torneira, dentadura, capacetes, e até uma bolsa com objetos eróticos.
“Houve também um episódio onde uma mochila com um notebook e 1.500 dólares foi achada na estação aeroporto. Visto o valor alto, o proprietário foi contatado no mesmo dia e ficou emocionado. A gratidão foi a melhor forma de reconhecimento”, conta Souza.
O passageiro que encontrar algum item nas dependências da CPTM deve entregar aos funcionários da estação, que farão o encaminhamento à central, onde passam por uma triagem. Os itens são separados como objetos, valores e documentos que possam indicar alguma forma de contato com o proprietário para serem cadastrados e guardados.
A tarefa investigativa envolve cruzamento de informações, por meio de sites, bancos de dados, redes sociais, inclusive cadastro de usuário da CPTM e outros sistemas de transporte, e visam à identificação de um contato do proprietário. Consultas ao Diário Oficial, contato com organizações, instituições e pessoas que podem servir de intermediários também fazem parte do rastreamento.
Ainda segundo o profissional, o diferencial do serviço é a rapidez. “Trabalhamos de forma que a prioridade é fazer contato com o proprietário antes que ele nos procure. Assim, evitamos transtorno como cancelamento de cartões ou solicitação de novos documentos”, salienta.
Após 60 dias, os objetos que não foram retirados por seus donos são encaminhados para o Fundo Social de Solidariedade de São Paulo (FUSSESP). Já os documentos pessoais, como RG, são devolvidos aos órgãos expedidores, enquanto os cartões bancários são destruídos.
A Central de Achados e Perdidos da CPTM fica na Estação Palmeiras-Barra Funda e funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, exceto feriados. O contato também pode ser feito pelo telefone 0800-055-0121.
Cerca de 57% dos objetos encontrados são devolvidos aos usuários, que são contatados entre dois e três dias após a perca. Desses, 75% é graças ao serviço ativo. Em contrapartida, muitos preferem não buscar caso o pertence não tenha valor, ou o proprietário já tenha adquirido outro.
Correios
Nos Correios, apenas em 2020, 90 mil documentos foram encontrados. Apesar da quantidade alta, houve queda devido a pandemia, já que a média de achados da empresa é superior a 170 mil. No período de férias o serviço, criado há mais de 30 anos com o objetivo de encurtar o tempo e reduzir o custo da busca pelos pertences, costuma ser ainda mais exigido.
Quem encontra algum documento perdido, pode entregá-lo em qualquer unidade dos Correios ou em caixas de coleta de correspondências. Quando recebidos, são acondicionados em envelopes, guardados, e ficam disponíveis para retirada por 60 dias.
Após o término do prazo, os documentos são devolvidos aos órgãos emissores caso o dono não vá buscar. No site www.correios.com.br, é possível verificar se o documento perdido foi encontrado e em qual agência está disponível para retirada.
Para recuperar, o cidadão deve apresentar outro documento que comprove sua titularidade e pagar R$ 5,95. Os pertences só são entregues aos proprietários ou representantes legais. Caso o documento perdido esteja em uma cidade diferente da qual o proprietário se encontra, é possível fazer uma solicitação para que ele seja enviado à agência mais próxima.