Após oito meses o Instituto Butantan divulgou nesta quinta-feira (7/1) a eficácia da coronavac, vacina produzida em parceria do a empresa Sinovac. Com 78% para casos leves e 100% para moderados e graves, o imunizante pode ser liberado para uso emergencial nos próximos dias. Tais notícias viraram motivo de comemoração para a USCS (Universidade Municipal de São Caetano), um dos 16 institutos que participaram da fase de testes.
O docente do curso de Medicina da USCS e Investigador Principal do Estudo no Centro de Pesquisa Clínica da Universidade, Fabio Leal, celebrou a conquista divulgada por seus colegas infectologistas em tempo considerado recorde para a medicina mundial.
“Eu gostaria de dizer, em nome da equipe com mais de 45 pessoas que trabalharam incessantemente na pesquisa clínica do Centro de Pesquisa da Universidade de São Caetano, que é uma grande honra poder participar deste processo e contribuir pro desenvolvimento de vacinas em um momento tão dramático de saúde pública que vivemos”, iniciou o especialista.
“Nos enche de orgulho e satisfação começar a ver os resultados deste trabalho. Atualmente nós temos mais de 1 mil voluntários em segmento no Centro de Pesquisa Clínica da Universidade de São Caetano do Sul e temos a perspectiva de continuar o trabalho neste sentido, com outras vacinas que venham a surgir e outras demandas que possam acontecer, tanto em relação a pandemia e enfrentamento do covid, como no desenvolvimento e teste de outras vacinas e outras ferramentas e medicações da parte de saúde que possam beneficiar a população”, concluiu Leal.
A participação da USCS em estudos junto ao Instituto Butantan seria feita para outras pesquisas e estava agendada para iniciar em 2020, porém, com o início da pandemia do coronavírus e a confirmação dos primeiros casos entre de março e o início de abril do ano passado, o local passou a ser uma das referências para estudos de imunizantes para uso em massa da população.
Apesar do anúncio dos resultados, os testes ainda seguem para que seja divulgado futuramente o tempo de eficácia da vacina para saber de quanto em quanto tempo a população passará pela imunização. O Butantan fará o primeiro pedido emergencial para a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que terá 10 dias para realizar a análise do relatório de mais de 10 mil páginas.
A expectativa do Governo do Estado é iniciar a vacinação no próximo dia 25 de janeiro. Profissionais da saúde, quilombolas, indígenas e pessoas com 60 anos ou mais farão parte do grupo que será agraciado com o medicamento na primeira fase.
No contrato com a Sinovac, São Paulo terá acesso a 46 milhões de doses. Quando houver a autorização em definitivo, o Instituto Butantan fará a produção completa das vacinas devido a troca de tecnologia.