Trabalhadores da Pananapanema fazem ato em frente a banco para manter 2,3 mil empregos

Cerca de 400 trabalhadores tomaram a avenida Brigadeiro Faria Lima, no Centro da Capital, onde fica a sede do banco. (Foto: Divulgação Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André)

A metalúrgica Pananapanema, empresa com 60 anos de história em Santo André, vive um drama para manter seu funcionamento; o banco canadense Scotiabank pediu a falência da empresa, o que só foi revertido por uma liminar obtida pela empresa. Nesta sexta-feira (18/12) cerca de 400 trabalhadores, organizados pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, realizaram um ato em frente à sede do banco, na avenida Brigadeiro Faria Lima, no Centro da Capital. Os operários conseguiram protocolar uma carta em que pedem a reabertura de negociações com a indústria.

A Paranapanema emprega ao todo 2,3 mil pessoas, sendo 750 só na sua planta de Santo André, onde fica também sua sede administrativa. A empresa tem plantas também na Bahia e no Espírito Santo. A diretoria da empresa informou que a companhia está em processo de reestruturação financeira e que tem dívidas com 10 bancos, sendo que nove deles aceitaram negociar os débitos e apenas o canadense não aceita negociação. O valor da dívida com o Scotiabank é de R$ 174 milhões, o que corresponde a menor parte da dívida, segundo a empresa, cerca de 7%. O negócio da Paranapanema é cobre, a empresa, apesar da reestruturação financeira, continua produzindo normalmente e está com os pagamentos de fornecedores em dia, conforme informou a direção da empresa.

Newsletter RD

O presidente do sindicato, Cícero Martinha, considerou intransigente a atitude do banco e disse que essa postura põe em risco empregos que, somados aos indiretos, podem chegar a 7 mil. “Tínhamos informações superficiais, até anteontem quando soubemos da real situação; soubemos do pedido de falência e da liminar e estamos tentando manter os empregos e também uma empresa que é histórica, com mais de 60 anos. Faremos comunicados oficiais à prefeitura de Santo André, ao Governo do Estado e ao Governo Federal, pois entendemos que o poder público tem que participar de momentos decisivos como este, de uma empresa que produz, gera empregos e impostos. Não estamos mais no momento de perdermos indústrias”, disse o sindicalista em entrevista ao RDTv nesta sexta-feira (18/12).

Em frente ao banco na Capital, o diretor do sindicato, Adilson Torres, o Sapão, conduziu a manifestação dos cerca de 400 operários em frente ao prédio onde fica a sede do Scotiabank. Segundo ele a Polícia Militar chegou a intervir, mas pacificamente foi liberada a avenida e os manifestantes permaneceram com seu ato na calçada. O ato, que teve início as 10hs, terminou por volta das 13h30 depois que uma comissão de trabalhadores foi recebida por funcionários do banco. “Entregamos uma carta explicando que essa posição intransigente de não negociar, não vai fazer com que eles recebam a dívida e ainda coloca em risco o emprego de milhares de trabalhadores”, disse Sapão.

O contato dos trabalhadores foi apenas com funcionários que não tinham o poder de decisão. “O manifesto foi bacana porque concordaram em nos receber e protocolamos a carta, nos disseram que dariam um posicionamento dentro de uma semana. Para nós trabalhadores, não importa se vai ser na semana do Natal, se precisar voltamos aqui”, concluiu Sapão.

O RD tentou contato com o Scotiabank. Um funcionário informou que a direção não estava na sede, pois está trabalhando em home-office e depois informou, sobre o caso da Pananapanema, que o banco não iria comentar o assunto pois este se encontra em discussão na justiça.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes