Com a chegada das celebrações de final de ano, os fogos de artifício preocupam quem possui animais de estimação. Devido a sensibilidade ao barulho, muitos bichinhos se estressam com o som das explosões e alguns chegam a desenvolver até mesmo ataques de pânico. De acordo com recomendações da médica veterinária Jordana Casemiro Pinto Monteiro, docente do curso de Medicina Veterinária da São Judas, alguns cuidados especiais por parte dos tutores são importantes nesta época. “O ideal é colocar o animal em um lugar restrito dentro de casa e tentar, de toda forma, abafar o som dos fogos. Colocar algodões nos ouvidos e um som um pouco mais alto no ambiente são algumas opções”, explica.
Para desviar a atenção dos pets do incômodo que o barulho gera, e amenizar o desconforto para evitar até mesmo que eles se machuquem, os donos podem também estimular os bichos com brinquedos e distrações nos momentos mais estressantes. Além disso, a professora conta que no mercado há opções de produtos para amenizar o período de pânico e confortar o animal.
“Costumamos indicar o uso de feromônios. São produtos para colocar no ambiente, em spray ou difusores de tomada, mas que não tem cheiro para humanos. Eles causam a sensação de bem estar nos animais, como se estivessem em contato com a mãe”, explica. Para potencializar o efeito, a veterinária recomenda borrifar o produto no ambiente, caminha, bandana ou outros objetos que o pet tenha contato, pelo menos uma semana antes das datas festivas.
Em casos mais graves de estresse e pânico, segundo a especialista, alguns animais podem precisar do uso de calmantes, que sempre deve ser prescrito por um médico veterinário, já que se trata de medicamentos.
Para quem vai viajar e optou por levar o animalzinho, alguns cuidados com o transporte são importantes. “Cachorros sempre devem utilizar cinto de segurança específico para animais. No caso de gatos e cães pequenos, é necessário a caixa de transporte do tamanho adequado, para que seja possível ficar confortável”, diz. A segunda recomendação é em relação a bichos que sofrem de cinetose – enjoo causado por movimento -. “Nesses casos, o médico veterinário deve receitar medicação adequada para o tempo de viagem, para evitar esse desconforto”, ressalta.
Especialmente para raças de braquicefálicos – condição patológica que afeta cães e gatos de nariz curto -, como Bulldog, Pug, Shih Tzu e Lhasa Apso, o horário escolhido para viajar é de extrema importância, já que eles correm risco de colapso de hipertermia. “Esses animais tem dificuldade nas vias respiratórias, portanto, no calor, eles não conseguem fazer uma troca adequada de temperatura. Por isso é recomendável que a viagem seja feita nas horas mais frias do dia, ou utilização de ar condicionado”, alerta.
Impactos do isolamento social
Nas famílias que tiveram a rotina afetada pelo isolamento social e passaram a ficar mais tempo em casa, é comum que os pets sejam impactados quando os hábitos forem normalizados. “Quando as pessoas voltarem a trabalhar fora e os animais precisarem ficar sozinhos em casa, é provável que tenham desacostumado e desenvolvam algumas questões comportamentais devido a falta do dono”, explica a médica veterinária.
Para amenizar esse choque e até mesmo o estresse pela falta de passeio durante o período de isolamento, a especialista recomenda o enriquecimento ambiental, que visa o desenvolvimento de interação do pet com o ambiente. “A utilização de brinquedos interativos, caixas, arranhadores, no caso de gatos, é ideal para que a atenção do animal fique mais atraída pelo ambiente, do que pelo dono”, ressalta.