Após ter sua candidatura deferida pelo TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), o atual vice-prefeito de São Caetano e vereador eleito, Beto Vidoski (PSDB), relatou ao RDtv nesta terça-feira (8/12) que crê que o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) vai conseguir provar sua inocência no caso das doações irregulares em 2016 e regularizar sua situação eleitoral. Mas para isso considera importante que Edison Parra (Podemos) não insista na ação para se manter no Legislativo, fato que tiraria Vidoski da Casa.
Beto afirma que Auricchio tinha há quatro anos o mesmo cenário de trabalho durante as eleições, fato que daria ao então candidato ao comando do Palácio da Cerâmica tempo hábil para tratar de assuntos voltados ao processo de arrecadação de doações.
“Foi uma disputa (eleitoral) intensa e com certeza eu não fiz parte do sistema arrecadatório financeiro assim como eu acredito que o Auricchio não fez parte, porque se estávamos na rua das 7 da manhã até às 8 da noite eu não acredito que o Auricchio vai sair de casa 1h30 da manhã para cuidar dos assuntos financeiros”, justificou.
Vidoski teve sua candidatura deferida por não haver prova de que teria participação sua na arrecadação irregular e pela possibilidade de se separar os julgamentos dos tucanos, assim tirando a culpa do vereador eleito, algo que aconteceu devido ao fato de ter ficado na mesma chapa do atual Chefe do Executivo. Nos bastidores da defesa tucana muito se fala na estranheza de não ter qualquer citação direta sobre os responsáveis pela contabilidade de campanha como réus, apenas de Auricchio e Beto.
Agora a preocupação é separada em duas partes. A primeira está no recurso que será feito pela defesa de Auricchio ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para tentar reverter o indeferimento até o dia 18 de dezembro, data final para a diplomação. Caso consiga, tomará posse normalmente. Se houver a manutenção do resultado, a cidade passará por novas eleições no primeiro trimestre do próximo ano e enquanto isso o presidente da Câmara eleito no dia 1º de janeiro assume o Poder Executivo de maneira interina.
A segunda situação é a possibilidade de Edison Parra (Podemos) realmente entrar com um recurso para reverter sua situação e garantir sua presença no Legislativo. Com a vitória jurídica de Vidoski, Parra acabou perdendo sua vaga na Câmara, fato que claramente o irritou, mas que na visão de Beto pode gerar um problema.
“Realmente não tem como a defesa do Parra fazer algo sem atingir o prefeito Auricchio. Vamos ver, mas peço que tenha cautela para tomar as próximas atitudes”, explicou. Na visão do vice-prefeito, para que o legislador possa ficar na Câmara automaticamente terá que afirmar que Vidoski teve relação com as doações irregulares, o que acabaria em uma nova acusação para Auricchio, algo considerado como “constrangedor” devido ao fato de Edison Parra ser um dos maiores defensores do prefeito nos últimos anos.