A Polícia Federal desencadeou nesta sexta-feira (04/12) a segunda fase da operação Uratau, que teve início em 2019 e visa o combate ao tráfico de animais silvestres. Nesta etapa das investigações foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão, e emitidos 14 mandados de prisão, sendo que 11 deles já tinham sido cumpridos na parte da manhã. Entre os alvos dos federais estava Diadema, mas não foi informado o que foi apreendido e se foram detidas pessoas na cidade do ABC.
A operação foi realiza em conjunto com o Ministério Público Federal, Secretaria Municipal do Meio Ambiente de São Paulo, Polícia Militar Ambiental do São Paulo, Polícia Militar Ambiental do Mato Grosso do Sul e o IBAMA, executando mandados expedidos pelo Juízo da 5.º Vara Federal da Seção Judiciária de São Paulo, sendo: 14 (quatorze) mandados de prisões preventivas, 17 mandados de busca e apreensão e cinco mandados de sequestro de veículos, nas cidades de paulistas de Diadema, São Paulo, Jacareí e Mongaguá; Ivinhema e Novo Horizonte do Sul, em Mato Grosso do Sul; Aparecida de Goiânia, em Goiás; Curitiba, no Paraná e Alagoinha, município de Pernambuco.
Desde o início da primeira fase da operação foram apreendidas centenas de animais silvestres no curso das investigações policiais que constituíram provas da materialidade de diversas imputações penais, como receptação, associação criminosa, crime de perigo para a vida ou saúde de outrem, caça de animais silvestres, falsificação de sinal público (anilhas) e crimes contra a fé pública como falsidade ideológica, falsificação de documentos.
Eram comercializados espécies da fauna silvestre protegidos de extinção, tais como: Arara-canindé, Arara-azul, Arara-vermelha, Ararajuba, Jabuti-piranga, Jacaré, Macaco-prego, Sagui de tufos brancos, Saíra-pintor e Tucano-toco. A operação mobilizou 70 policiais federais, 40 policiais militares ambientais e 25 fiscais do IBAMA. O nome da operação é uma alusão aos urutaus: aves exclusivamente noturnas e que utilizam bem a sua plumagem para se camuflar, confundindo-se com o ambiente, de modo a dificultar a sua localização pelos predadores.
“O grupo tirava animais da natureza e realizada a comercialização por redes sociais. Entre os presos está um dos maiores considerados um dos principais traficantes de animais do país, com extensa ficha criminosa por tráfico e que foi preso recentemente com dois macados-prego. Ele foi preso preventivamente hoje”, explicou o delegado federal Marcelo de Carvalho. Ele se refere a Roberto Augusto Martinez Filho, conhecido como Zé do Bode.
“Além dos crimes ambientais e de falsidade, para dar aspecto de regularidade na venda destes animais, há o crime de perigo contra a saúde pública por que esses animais são vetores de doenças, além de maus tratos. Fica um apelo para que as pessoa, não comprem, pois eses animais são transportados em condições muito ruins e muitos morrem”, completa Carvalho.