Após quase quatro meses desde a chegada das primeiras doses da CoronaVac no Centro de Pesquisa da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), o ABC ainda não possui qualquer previsão para distribuir a vacina. Depois da suspensão e retomada dos testes por ordem da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), na última semana, os testes continuam sendo realizados em voluntários e a liberação segue incerta. Quem espera ansioso pelo imunizante, conta que, apesar dos avanços, não acredita que ele fique disponível tão cedo.
O infectologista Juvencio José Duaillibe Furtado, professor na Faculdade de Medicina do ABC, explica os efeitos que a vacina ou placebo podem gerar nos voluntários. “Àqueles que receberem placebo, não terá nenhum efeito adverso. Já os candidatos que receberem a vacina em teste, poderão ter dor no local da injeção, febrícula e dor no corpo”, diz.
O especialista ainda fala sobre a principal finalidade da testagem da imunização. “A vacina visa avaliar se os que se expuserem ao vírus estarão imunizados e, portanto, não ficarão doentes com a covid-19”, conta.
Expectativa do grupo de risco
A aposentada e moradora de Ribeirão Pires, Adelina Dias da Silva Caldeira, de 69 anos, faz parte do grupo de risco do novo coronavírus e conta que está desacreditada de que a vacina estará disponível antes de 2025. “Minha expectativa é que precisamos esperar mais uns cinco anos de estudos para termos certeza que a vacina não irá trazer mais problemas do que o vírus”, comenta.
Desde o começo do isolamento social, em março, Adelina afirma que se mantém em casa com todos os cuidados precisos, a fim de não contrair o vírus. “Até o momento, esse tempo em casa tem sido tranquilo, temos que nos proteger”, explica.
Eunice José Galdi Prado, de 68 anos, é aposentada e moradora de São Bernardo e afirma que ainda não se sente segura com os estudos da vacina. “Não me sinto 100% confiante para tomar a vacina que for eleita e aprovada, mesmo assim vou tomar”, diz. A munícipe, que trabalha com viagens nas horas vagas, depende das excursões para manter a renda. “Com a imunização disponível espero voltar, com as caravanas, dependo delas pois minha aposentadoria paga apenas meu plano de saúde, está difícil”, lamenta. (Colaboraram Ingrid Santos e Nathalie Oliveira)