Um grupo de representantes de escolas particulares do ABC organizou um protesto, na última quinta-feira (23/10), em frente ao Consórcio Intermunicipal do ABC para cobrar a retomada das aulas presenciais facultativas na região. Com faixas e cartazes, os manifestantes cobravam prioridade à educação e pediam direito de os pais decidirem se mandavam ou não os filhos para a escola.
Em entrevista ao RDtv, profissionais da educação que participaram do movimento relataram a angústia. “Em meio a um cenário de flexibilização em que todos já voltaram, parece que só a educação é o alvo da doença, que somente nós temos que manter o serviço paralisado para que ninguém seja contaminado, mas por que? Isso não faz sentido!”, reclama a mantenedora Ivy Martins Ferre, participante do movimento.
Por conta da pandemia da covid-19, as escolas da região estão fechadas desde março, e ainda não há previsão de que seja autorizado o retorno ao formato presencial pela administração municipal, o que fez que a mantenedora perdesse pelo menos 150 alunos em sua instituição. “Estamos passando por um momento extremamente preocupante. Quase que a totalidade dos alunos de zero a três anos cancelaram as matrículas e não há qualquer tipo de previsão de volta”, conta.
Na escola do mantenedor Jefferson Luiz Fontanez, a situação não é diferente, por conta da pandemia da covid-19, houve redução de 80% no faturamento anual, com redução de matrículas e transferências para a rede pública. “Tínhamos 113 alunos inscritos e esse número caiu para 40 por conta da pandemia. Não sabemos quando esse número vai voltar a subir depois da retomada das aulas e isso é uma preocupação constante para nós”, conta.
Os educadores contam que as escolas já estão preparadas para um retorno seguro das atividades, com respeito às regras sanitárias de prevenção à Covid-19, mas precisam de autorização dos sete prefeitos para que isso aconteça. São planejados rodízios, instalação de tapetes sanitizantes, disponibilização de álcool em gel na entrada, aferição de temperatura e até mesmo redução de estudantes em sala de aula, além do uso de máscara pelos estudantes. “Vamos nos adequar no que for necessário, mas não dá para continuarmos nessa situação, porque nós precisamos voltar para o funcionamento e sabemos da necessidade dos pais que dependem das escolas”, diz Ivy.
O movimento contou com adesão de pelo menos 100 escolas da região e apoio de pais de alunos que aguardam a liberação das escolas.