A nova fábrica da Air Liquide do Brasil, que começou a funcionar no último dia 20/10 no Polo-petroquímico de Capuava, em Mauá, vai transformar o CO2, ou dióxido de carbono, também conhecido como gás carbônico, em líquido e com isso tirar da atmosfera mais de 20 mil toneladas do gás que é um dos que mais provoca o efeito estufa no planeta. A planta foi idealizada no final do ano passado em uma parceria com a Oxiteno, empresa que já está presente no polo e que tem como subproduto o CO2. A construção da nova unidade da empresa, que é um dos grandes players do setor no mundo, consumiu aproximadamente um ano e R$ 40 milhões.
O diretor geral da Air Liquide Brasil, Alexandre Bassaneze, participou do RDTv desta quinta-feira (22/10) e explicou como a empresa funciona, quais as oportunidades de negócio e como a nova fábrica vai trazer geração de empregos. “Começamos esse projeto há alguns meses firmando uma parceria com a Oxiteno, que tem unidade no Polo-petroquímico de Capuava e que tem como subproduto o CO2, Dióxido de Carbono. Definimos com eles que valeria a pena fazer a captura desse CO2, fazendo a purificação e posteriormente a liquefação, ou seja, transformamos em líquido e armazenando em tanques para ser distribuído para muitas aplicações, seja na indústria, seja na saúde, basicamente isso diminuí a emissão gases que provocam o efeito estufa e esse produto acaba sendo utilizado para outras aplicações nobres”, explicou.
Além dos empregos diretos que foram gerados durante a construção da nova fábrica da Air Liquide, outros serão gerados durante a operação, principalmente na área de logística, já que a unidade planeja atender ao mercado de todo o estado e também do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Mas qual o tamanho desse mercado para o CO2? Essa pergunta é difícil de responder pois milhares de empresas em diferentes segmentos usam o produto. Bassaneze explica algumas das inúmeras aplicações. “Pode ser usado na indústria de bebidas para a carbonatação, no refrigerante, quando a gente vê aquelas bolinhas, aquilo é CO2; em procedimentos cirúrgicos como a laparoscopia quando se precisa inflar o abdome para que o cirurgião possa ter acesso com mais visibilidade, aquele gás é o CO2; em processos de solda, um dos gases de proteção para uma solda de qualidade é o CO2; o produto tem uso importante também no tratamento de água, na correção do Ph, ou seja, para que a água não seja nem ácida nem alcalina, são muitas aplicações, então existe mercado e além disso ainda existe o apelo da sustentabilidade que esse projeto traz para a região”, detalha o diretor.
Bassaneze disse que um dos maiores benefícios é o apelo ambiental da unidade que a Air Liquide implantou em Mauá. “Vale a pena fazer o investimento primeiro porque tem um aspecto ambiental importante, são 20 mil toneladas de CO2 que são retiradas da atmosfera todos os anos, é o trabalho que 140 mil árvores fariam”, acrescenta.
A escolha pelo polo-petroquímico, além da presença do parceiro de negócios, levou em consideração o escoamento de produto que é feito por caminhões tipo tanque e os que transportam cilindros. “Como o produto não vai ser consumido no local em que é produzido são fundamentais as vias de escoamento estamos a poucos quilômetros do Rodoanel com isso nosso produto tem a facilidade logística e com segurança sem passar pelos centros das cidades”, diz o diretor da Air Liquide Brasil.
Pandemia
A Air Liguide é uma das maiores empresas mundiais no segmento de gases, mas é também produtora de insumos hospitalares, como respiradores. A empresa não parou, ao contrário, trabalhou e trabalha muito na pandemia. “Atendemos diversos outros setores também essenciais, fizemos uma campanha de motivação para os nossos colaboradores com faixas nas nossas unidades com os dizeres “Heróis salvando vidas”. O oxigênio foi muito utilizado e continua a atender os pacientes em estado mais grave, hospitalizados, além disso colaboramos com a construção de mais de 35 hospitais de campanha. Também somos fabricantes de respiradores que fornecemos para órgãos públicos e particulares e ajudaram a salvar milhares de vidas, foram meses intensos, mas nossos heróis não abaixaram a guarda”, concluiu Bassaneze.
Comentários