Nas redes sociais circula um vídeo em que uma família é abordada por um assaltante em Mauá, reage e luta e afugenta o bandido. O episódio teria ocorrido na rua Cícero de Campos Póvoa, no Jardim Guapituba nesta segunda-feira (12/10). A Secretaria de Segurança Pública informou que não localizou a ocorrência, que pode não ter sido registrada, mas o fato chamou atenção pois a família, um homem, uma mulher e até o cachorro, lutam com um rapaz que faz menção de estar armado. A reação não é aprovada pelas autoridades, pois na maioria das vezes o bandido atira e mata a vítima.
Nas imagens um homem aparece embarcando no seu carro, que está sobre a calçada, no banco do passageiro há uma mulher. Parece uma situação de rotina em que uma família tira o carro da garagem, fecha o portão e então volta para o carro. Neste momento um rapaz jovem de bermuda e camiseta aborda o homem fazendo menção de estar armado. Inicialmente o homem concorda e entrega o que parece ser um celular ao rapaz, mas depois muda de reação bruscamente, agarra o jovem, pega o objeto de volta.
A ação dura poucos segundos, o assaltante não tira da cintura o que seria uma arma. Logo a mulher que estava no carro se junta para auxiliar e há luta corporal, até o cachorro se junta à família contra o criminoso. As imagens não mostram o desfecho. A área onde teria ocorrido a situação fica a 500 metros do 2° Distrito Policial de Mauá.
Em qualquer que seja a situação, a recomendação é não reagir. Para o delegado José Eduardo de Oliveira, que tem 14 anos de experiência lidando com todo o tipo de ocorrência de roubos e também latrocínios (roubo seguido de morte), a família teve muita sorte. “A estatística nos diz que em menos de 10% dos casos a reação traz resultado positivo à vítima. Essa família teve muita sorte, ou o rapaz estava com uma arma de brinquedo, uma réplica ou talvez só estivesse apenas fazendo menção de estar armado, mas a chance de dominar o bandido é muito pequena. Há uma situação de stress do bandido, ele tem a seu favor o fator surpresa, por isso a gente orienta a tentar manter a calma e fazer o que o bandido ordena”, analisa o delegado que é titular da Delegacia de Homicídios da Seccional de Diadema.
Na situação de abordagem a vítima tem sempre que considerar que a arma é verdadeira e que ela poderá ser usada para matar. “Sinalize sempre o que vai fazer, que está tirando o celular do bolso, mostre as mãos, não faça movimentos bruscos”, orienta o delegado. “A vida vale muito mais que um celular, uma carteira, um carro, tudo pode ser recuperado depois, pago pelo seguro, ou mesmo comprado de novo”, orienta Oliveira.
Para o delegado as pessoas devem também adotar uma postura preventiva, como observar a rua antes de sair. “A vítima não estava atente, estava saindo despreocupada, esse tipo de atitude favorece a ação do ladrão que pratica o crime de oportunidade”, finaliza o policial.