Em greve há exatos 23 dias, os trabalhadores dos Correios participam nesta sexta-feira (11/9) da Greve Solidária, campanha de doação de sangue, realizada no Hospital Estadual Mário Covas, na rua Dr. Henrique Calderazzo, nº 321, Paraíso, em Santo André. O objetivo da ação é mostrar que, apesar das atividades do movimento grevista, o momento da pandemia pede solidariedade e cuidado.
Segundo o diretor do Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares de São Paulo, Grande São Paulo e zona postal de Sorocaba), José Luiz de Oliveira, a doação de sangue foi decidida por todos da categoria. “Já fizemos em São Paulo e agora estamos fazendo no ABC. Queremos ajudar as pessoas de alguma forma e acreditamos que nesse sentido, o banco de sangue seja um dos mais necessitados nesse momento”, diz.
Ainda segundo o representante, os trabalhadores aceitam as ações solidárias com bons olhos e tem uma boa adesão em todas as campanhas desenvolvidas. “Sempre temos uma boa adesão nas campanhas e ações solidárias que desenvolvemos, assim como a sociedade em geral”, afirma. O representante aproveita, ainda, para convidar a população em geral para participar da campanha de doação de sangue. “Venham todos participar, será aberto e isso ajudará muitas pessoas”.
A ação acontece das 8h às 13h e é importante estar munido de documento original com foto. Ter idade entre 16 e 69 anos é imprescindível, e a primeira doação deve ter sido feita até 60 anos. Menores de idade devem ir acompanhado pelos responsáveis legais. Pesar acima de 50 kg; estar em boas condições de saúde, estar alimentado e evitar refeições gordurosas também são indicações. Diabéticos tipo II sem uso de insulina também podem doar.
É obrigatório o uso de máscaras e fica proibido doar sangue se o doador tiver contraído gripe nos últimos 30 dias. Caso confirmado de Covid-19 só poderá doar após 30 dias do tratamento. Contato social com o infectado ou suspeito da Covid-19 também só poderá doar após 15 dias. Informações: 11 2829-5144.
Greve e atraso nas entregas
A respeito da continuidade da greve, o diretor estima que na região haja uma variação de 80% de carteiros que tenham aderido ao movimento, motivo este que tenha causado a demora ou atraso de muitas encomendas, caso de moradora de São Bernardo, Ieda Pacheco Leal de Oliveira, que comprou uma cinta abdominal em agosto, no entanto até o momento não recebeu o produto em casa.
Segundo Ieda, o objeto foi postado nos Correios no dia 13 de agosto, mas até o momento, nada foi entregue em sua residência. “O produto nem sequer consta no carrinho que comprei no site, de tanto tempo que faz”, reclama. “Isso porque precisava para dar continuidade a um procedimento de saúde. Se eu soubesse teria comprado por aqui mesmo, de tanta demora”, enfatiza.
Em nota, os Correios afirmam que trabalham para reduzir os efeitos da paralisação parcial dos trabalhadores. “Durante o último fim de semana e feriado de Dia da Independência, os empregados das áreas administrativa e operacional estiveram mais uma vez unidos em prol de manutenção dos nossos serviços, mesmo com a paralisação parcial”, disse em nota.
“A empresa está apurando a situação do objeto citado pelo veículo, para o devido encaminhamento. Reiteramos que situações pontuais, quando reportadas à empresa por meio dos canais oficiais de relacionamento, são prontamente averiguadas e solucionadas. Os clientes podem entrar em contato pelos telefones 3003-0100 e 0800 725 0100 ou pelo endereço http://www.correios.com.br/fale-com-os-correios
A estatal também aguarda o retorno dos trabalhadores que aderiram à paralisação parcial o quanto antes, cientes de sua responsabilidade para com a população, tendo em vista que toda a questão terá seu desfecho no julgamento do Dissídio de Greve pelo Tribunal Superior do Trabalho. Nova audiência de conciliação está marcada para esta sexta-feira, 11/9. Vale ressaltar que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios do seu efetivo.
Os Correios lamentam eventuais transtornos e reiteram que estão trabalhando para viabilizar, com segurança, a continuidade de suas atividades, essenciais para atender a população nesse momento em que mais precisa”.