Especialistas apontam vantagem de políticos conhecidos em meio a pandemia

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A pandemia virou o principal tema de 2020. O novo coronavírus mudou o cenário em todo o mundo, inclusive o político. As limitações impostas na quarentena mudaram o ritmo dos pré-candidatos que tiveram que se utilizar da internet para divulgar suas ideias e seus feitos. Essa situação aponta uma vantagem para as figuras mais conhecidas da população, pelo menos é o que apontam os especialistas ouvidos pelo RDtv nesta sexta-feira (21/08).

Sem as medidas de isolamento social neste momento a campanha eleitoral já teria começado, mas por causa do covid-19 o Congresso Nacional apoiou a mudança de data do pleito municipal de outubro para novembro, o que aumentou o tempo da pré-campanha, porém, ainda sem apresentar um caminho seguro para reuniões grandes para evitar a aglomeração. Enquanto isso, os atuais gestores passaram a ter um maior espaço, fato que aumentou sua visibilidade, principalmente entre aqueles que buscam a reeleição.

“Os candidatos incumbentes têm uma vantagem, pois, apareceram muito mais, falando muito mais com a imprensa independente se por meio das redes sociais ou da mídia tradicional. Por outro lado, também ficaram com a batata quente na mão. Eu acredito que o efeito da impossibilidade de uma campanha normal e o menor aparecimento destes políticos na mídia eu acho que haverá muito prefeito reeleito, apontou o cientista político e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Ivan Fernandes.

Durante a pandemia dois movimentos foram feitos pela classe política. No campo da comunicação, a utilização das redes sociais para transmissões ao vivo, publicação de vídeos gravados e de imagens aumentou consideravelmente, ao mesmo tempo que os prefeitos faziam o mesmo para falar do covic-19.

No caminho da eleição, a aposta em nomes mais experientes e conhecidos virou uma tônica. Em todos os municípios do ABC temos ex-prefeitos, vereadores ou pessoas ligadas fortemente com figuras icônicas que também tentam garantir suas futuras candidaturas.

“Mesmo quando olhamos para aqueles partidos que apresentam candidatos que já foram prefeitos, parece que você está operando com uma certa memória aonde as pessoas vão lembrar de toda a atenção que aquela gestão e é uma medida de se sentir mais confortáveis, pois, já conheço efetivamente, do que acreditar em um candidato desconhecido nesse momento donde tem um fator muito impactante que é a própria pandemia”, completou Fernando Luiz Monteiro, cientista político e professor da Universidade Municipal de São Caetano (USCS).

Os especialistas também consideram que a influência do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pode ser menor devido as diferenças no comportamento do líder do Governo Federal em relação a pandemia no comparativo com os feitos dos prefeitos e dos governadores.