Sem festas, sem jantar e sem eventos. Os 467 anos de São Bernardo comemorados nesta quinta-feira (20/08), foram “tristes” devido a pandemia do novo coronavírus. As preocupações com o futuro da cidade no pós-pandemia seguem chamando a atenção dos moradores. Na tentativa de manter os serviços públicos funcionando mesmo com a queda de arrecadação o prefeito Orlando Morando (PSDB) relatou que pretende manter o ritmo de austeridade total.
O processo para passar pelo difícil momento é o mesmo do início de sua gestão, em 2017, cortando gastos. A diferença é que há três anos a ideia era tentar pagar a dívida de curto prazo na casa dos R$ 200 milhões e agora é manter serviços.
“Fiz isso no primeiro mês da pandemia, me reuni virtualmente com os secretários, pois fui uma das vítimas da covid-19, e fiz uma análise de todos os contratos que a Prefeitura mantém, e tudo aquilo que não era essencial nós reduzimos e vamos continuar nessa disciplina. Austeridade total, a Prefeitura tem que fornecer o que é essencial”, explicou.
Economia
Ao ser questionado sobre a possibilidade de reconversão do parque industrial da cidade após a queda do setor automotivo e a notícia da possível redução de 35% do número de funcionários da Volkswagen, Morando considera que a Prefeitura de São Bernardo fez o possível para ajudar ao dar desconto no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) para as empresas que criam novos empregos.
Mas considera que o principal movimento esteja nas mãos do Governo Federal com a abertura de crédito para a compra de carros 0km, principalmente levando em conta a queda do poder aquisitivo da população para comprar um veículo novo à vista.
O impacto também foi sentido pela direção do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, São Bernardo. “Houve um impacto muito grande na indústria de São Bernardo até com parada que acredito que foi demasiada, não precisava durar tanto. Temos alguns setores que estão passando por uma série de dificuldades. É uma data comemorativa, mas que nós não temos muitos motivos para comemorar”, explicou Cláudio Barberini ao RDtv.
Para o diretor do Ciesp existe uma dificuldade grande no relacionamento com o Poder Público, principalmente no âmbito municipal e estadual. Tentativas de utilizar o Judiciário para tentar liminares para o retorno de alguns setores ou mesmo para conseguir a postergação do pagamento de alguns tributos foram feitas, mas até o momento nada foi permitido sobre esses assuntos.