O imbróglio sobre o horário de funcionamento de bares e restaurantes em São Bernardo parece não ter fim. Enquanto o governo do Estado estuda flexibilizações nas cidades inseridas na fase 3 (amarela) do Plano São Paulo, o Sinhores/Sindhot-SBC (Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Bernardo) se queixa da falta de participação nas decisões estaduais e declara, ainda, que a ampliação do horário de funcionamento – em duas horas adicionais – não deve ajudar em nada no cenário atual dos estabelecimentos.
Em entrevista ao RDtv, o presidente do Sinhores/Sindhot-SBC, Rivail Carvalho, conta que apesar das ações movidas e das tantas tentativas de contato com o governo do Estado para discussão de novas estratégias, o setor continua esquecido e ignorado. “Muitos empresários da região estão tropeçando, sem saber se reerguer e o governo não ajuda em absolutamente nada. A pandemia veio para dar um abalo geral nos empresários e o governador (João Doria) sequer quer saber dos nossos problemas, não nos dá ouvido”, reclama.
Segundo Carvalho, pelo menos um terço dos estabelecimentos já fechou as portas desde o início da pandemia (em meados de março), enquanto outros sequer preveem reabrir, mesmo após a pandemia. “Não vão ter força para reabrir sem o aporte do Estado. E o governador liga para isso? Sequer nos escuta. Isso porque estamos todos em um mesmo barco”, completa ao lembrar que uma parcela das casas de tradição da cidade também deve encerrar as atividades.
Para Carlos Miranda, vice-presidente do Sindicato, apesar do aniversário do município, celebrado nesta quinta-feira (20 de agosto), não há o que comemorar no cenário econômico de São Bernardo, tendo em vista que os bares seguem vazios e/ou fechados apesar da flexibilização. “Não temos o que comemorar, a situação ainda está ruim e deve piorar. Muitos já ficaram pelo caminho porque não conseguiram segurar os gastos e outros ainda vão ficar, infelizmente”, diz.
Para o sindicalista, o que piorou o cenário foi a promessa da abertura de crédito para ajudar os empresários no período de crise. “É uma linha de crédito que na verdade não existe, que ninguém conseguiu tirar. O resultado disso é o que estamos vendo, o fechamento de vários estabelecimentos e o desemprego, que não para de subir e que deve piorar”, completa.
Com o distanciamento social, Miranda conta, ainda, que os bares e restaurantes conseguem faturar no máximo 30% do que era ganho semanalmente antes da pandemia, ainda com os mesmos gastos com funcionários e manutenção do espaço, sem aporte financeiro. Segundo ele, se não houver uma estratégia desenhada pelos empresários junto ao Estado, o rombo financeiro deve ser ainda maior.