Com as atividades suspensas desde meados de março em decorrência da pandemia do novo coronavírus (covid-19), proprietários de buffets de festas e eventos sociais se uniram em prol da reabertura antecipada, ainda para agosto. Em entrevista ao RDtv, empresárias explicam que a luta se dá por conta da exclusão do setor no Plano São Paulo, programa do governo do Estado que estabelece a flexibilização gradual dos serviços.
Assim, para apoiar o setor, o Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC) criou protocolo de abertura específico para o segmento, que já foi apresentado ao prefeito de Santo André, Paulo Serra, o qual se comprometeu apresentar o documento nos próximos dias no Consórcio Intermunicipal do ABC, o qual preside. “Fizeram a escolha certa em Santo André com trabalho à favor da reabertura”, diz a diretora do Buffet Brinca Piá, Adriana Faveri, esperançosa com a estratégia.
O plano, que consiste na reabertura dos buffets a partir de 19 de agosto, contempla os mesmos procedimentos sanitários, de segurança e higiene de bares e restaurantes: distanciamento social, redução da capacidade de atendimento, máscara e protetor facial, assim como a disponibilização de álcool gel. “A estratégia caminha da mesma forma que já é aplicada em outros estabelecimentos comerciais que reabriram. Por isso acreditamos que seja uma excelente alternativa”, afirma.
Dentro das estratégias, uma das principais preocupações de pais e responsáveis é a respeito do monitoramento das crianças, quesito que também sofrerá alterações. “Pensamos nisso desde cedo, logo quando começamos a ir atrás das questões de retomada das atividades”, comenta Flávia Calixto, diretora da F.C Buffet e Decorações. Agora, os pais passam a ter ainda mais responsabilidade. “Dentro dos critérios vamos pedir que os pais tenham atenção redobrada com as crianças, além de fazer um treinamento com nossa própria equipe”, conta.
O mesmo acontecerá no buffet de Adriana, espaço ao qual até mesmo os manobristas receberão treinamento para lidar com novos padrões. “Será um verdadeiro recomeço, inclusive para os monitores, que vão receber treinamento diferenciado ministrado pela coordenação do espaço”, conta ao lembrar que seguirá as normas em busca da reabertura segura.
Pagamentos
Diante dos efeitos da recessão econômica no período, Adriana conta que os preços para alugar o serviço foram mantidos, até mesmo para as festas que acontecerão somente no início de 2021, o que pode ser um atrativo para futuros clientes. “Não tínhamos como aumentar o preço por agora, então decidimos manter o preço até depois do fim da pandemia, pelo menos por um tempo até nos recuperarmos integralmente”, comenta.
Quem já pagou pelo serviço e teve de mudar a data também ganhou opções de adiamento com o mesmo valor e/ou ressarcimento dos valores pagos. “Pedimos pro cliente avisar com bastante antecedência quais são os planos, se quer adiar ou cancelar. Assim, na maioria dos casos só fazemos um aditivo contratual e tá tudo certo”, explica.
Segundo Adriana, 60 festas que eram para ter ocorrido desde o início da pandemia em seu buffet foram adiadas para 2021. O local, que tem capacidade de atendimento para cerca de 130 pessoas sentadas, produz cerca de 250 eventos durante o ano e trabalha com a contratação de 24 monitores por festa.
Dados do CNAE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) apontam que o ABC conta com 693 buffets, segundo o Sebrae regional. A entidade ofereceu um curso de gestão gratuita para a reabertura de empresas.