As dívidas e reclamações fizeram o Procon assumir papel ainda mais importante durante a pandemia, em especial para as reclamações quanto aos valores abusivos cobrados pela concessionária de energia elétrica Enel. Em Santo André, a Fundação registrou mais de 700 atendimentos, número recorde de reclamações para uma única empresa em pouco tempo, o que motivou a encaminhar para o Ministério Público uma ação civil pública contra a empresa, já que a solução dada não resolveu o problema.
“O maior erro da Enel foi cobrar tudo isso de uma única vez, se tivesse parcelado o consumidor não iria sentir tanto. A Fundação já autuou em 10 milhões a empresa e vamos mandar subsidiar e encaminhar para o Ministério Público uma ação civil pública, porque o número de prejudicados é muito grande”, disse a diretora do Procon de Santo André, Doroti Cavalini, em entrevista ao RDtv.
Apesar do alto número de reclamações, a empresa não colaborou com os consumidores, que vão ter que pagar os valores, mas podem optar por parcelamentos de até 10 vezes no boleto ou 12 vezes no cartão de crédito, ambos sem juros. Segundo a diretora, os números só não foram maiores na cidade devido a muitas pessoas terem realizado os atendimentos direto na Fundação São Paulo. “A vilã da pandemia acabou sendo a Enel, se for mostrar esse número no total em Santo André ultrapassa 1 mil tranquilamente”, comenta.
Doroti ainda explicou que para quem teve os valores afetados é necessário que procure o Procon da cidade e também registrar por foto o relógio da casa, para verificar se o número teve aumento indevido. Em Santo André, os consumidores podem falar com a Fundação pelo e-mail: procon@santoandre.sp.gov.br; Site: https://www.santoandre.sp.gov.br//portalservico/default.aspx ou telefone: 3356-9200.
Cartão de crédito
Outra reclamação comum é com as faturas do cartão de crédito, que em especial, desta vez, passou a registrar 200 atendimentos. A diretora comenta que a situação preocupa, já que muitas pessoas ficaram desempregadas e não tem condições de pagar as faturas. “Encontrou dificuldade procura o Procon, temos entrado em contado com as administradoras e negociando esses valores. Vamos ajudar a fazer uma negociação do débito total, muitas vezes têm juros menores, cancela o cartão, faz uma negociação. Tivemos índice de resolução em mais de 75% dos casos”, explica.
Escolas particulares
Na mesma linha de problemas, as escolas particulares passaram a ser dor de cabeça para os pais por conta da pandemia, que sem as aulas transferem as crianças para escolas públicas. “Os pais não se sentem seguros em mandar as crianças para as escolas e tem a situação do transporte escolar, o pai precisa ter essa segurança, e as escolas também estão abertas para atender os pais, conversar, tem situações pontuais. Tivemos cerca de 150 atendimentos e o índice de 70% de escolas que atenderam”, comenta a diretora.
Companhias aéreas
“Os atendimentos caíram, começou em fevereiro e março uma demanda maior, agora vem diminuindo e as companhias aéreas vem seguido a medida provisória, para o consumidor remarcar e só em ultimo caso a gente sugere que cancele, mas que mantenha a viagem, o nível tem 140 atendimentos e índices de 50% de resolução”, completa a diretora do Procon Santo André.