Secretários cobram Estado e União por recursos na Educação

A cada dia aumenta as preocupações da área da Educação para superar os problemas causados pela pandemia do covid-19. Uma das principais é a capacidade de investimento para o ano de 2021, período em que o reforço terá que ser dobrado para atender as necessidades. Em debate promovido pelo RDtv nesta terça-feira (4/8), os sete secretários da área foram claros que será necessário um aporte financeiro nos governos estadual e federal para conseguir manter o financiamento para o próximo ano.

Secretários debateram o uso da tecnologia para os próximos anos (Foto: Reprodução)

“Não podemos esquecer que todas as cidades estão enfrentando situações difíceis por conta da crise econômica e tenho certeza que essa crise se estenderá por algum tempo. Pensando nesse cenário é muito difícil imaginar o que vai acontecer no próximo ano”, iniciou o secretário de São Caetano, Fabrício Coutinho.

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Uma das principais preocupações dos secretários é o gasto com itens que a princípio não estariam na lista de necessidades da Educação como os equipamentos de proteção individual (EPIs) para a retomada dos alunos mesmo no pós-pandemia.

“São dois movimentos que precisamos pensar. Em Mauá, fazer o ajuste para o exercício do próximo ano levando em conta essa nova realidade que se criou. Vamos ter que criar linhas na questão dos EPIs, por exemplo. Isso tudo com a queda da arrecadação que todos as cidades estão passando”, explicou Wagner Cipriano, de Mauá.

“Sem dúvida alguma será necessária uma política mais clara no sentido dos subsídios essenciais para a questão da avaliação, da reorganização toda, da formação em decorrência do que estamos vivendo. Precisamos de uma política mais clara para a Educação”, seguiu Silvia Donnini, de São Bernardo.

Cacá Viana, de Diadema, relembrou que os gastos deste ano também foram alterados como os investimentos em merenda escolar que passaram a ser distribuída em casa para os alunos, sendo que algumas cidades adotaram o cartão e outras a distribuição de cestas básicas.

“Também temos feitos atividades para repor as aulas (virtualmente) e fazer a avaliação individual dos alunos que também refletem em outros aspectos como limpeza das escolas quando se fala de retomada presencial, algo que não se debate. Temos que lembrar ainda da educação híbrida que parece fácil e barata, mas não é”, completou.

“Já começamos uma conversa com a rede para uma readequação de todas as dotações, principalmente investimentos na questão tecnológica, pois, era uma questão muito pequena. Este redimensionamento é muito importante, pois, a realidade de Rio Grande (da Serra) é muito diferente das demais cidades”, explicou a secretária Rosi de Marco.

“Não tem como prever com tanta antecedência como se dará essa recuperação econômica para 2021. Fizemos economia, porém, minha perspectiva é que a Educação seja vista como a Saúde está sendo vista hoje, como uma situação emergencial que precisa de uma ação do governo do Estado e do governo federal”, comentou Zane Machi, de Santo André.

“A expectativa da Educação aumentou em relação aos recursos financeiros (externos), porque já assistimos mudanças na Educação e os investimentos se fazem presentes cada vez mais, e agora com a expectativa, pois, estamos vendo uma política para a Saúde, para o Social, mas ainda não vimos um olhar para a Educação”, concluiu Flávia Banwart, de Ribeirão Pires.

Pesquisas apontam que maioria dos pais e alunos não querem retorno imediato

Aulas virtuais seguem normalmente (Foto: Divulgação)

Apesar do anúncio do governo do Estado sobre a retomada ou não das aulas presenciais, de maneira gradual, só acontecer na sexta-feira (7/8), os sete municípios do ABC, com apoio de pais e alunos, já decidiram que não vão retomar as atividades nas unidades de ensino em 2020, pois, boa parte dos entrevistados nas pesquisas realizadas pelas prefeituras apontaram que só pretendem permitir o retorno de seus filhos às escolas após a vacinação contra o novo coronavírus.

Em Mauá foram realizados dois levantamentos. O primeiro apontou que 65% eram contrários ao retorno. Em enquete aberta, o número cresceu para 92%. Em São Caetano, 78% dos alunos afirmaram que não querem retornar antes de uma cura para o covid-19. No caso de Ribeirão Pires, o número dos contrários a retomada gradual chegou a 82%.

Diadema entrevistou os pais e mais de 90% são contra a retomada, número parecido ocorreu na pesquisa com os profissionais de Educação (94%). Em Rio Grande da Serra, 80% não querem as aulas presenciais neste ano, em Santo André os dados ficaram na casa dos 92% e em São Bernardo o levantamento parcial está em 84,36% para o não retorno.

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