Após autorização da Justiça, a Câmara de Mauá votou nesta terça-feira (4/8), o segundo pedido de impeachment contra o prefeito Atila Jacomussi (PSB). Por 10 votos a quatro o Legislativo rejeitou a ação protocolada por membros do diretório municipal do PT e outras entidades que acusavam o chefe do Executivo por improbidade administrativa devido as suspeitas levantadas pela operação Trato Feito, deflagrada pela Polícia Federal em dezembro de 2018.
Com um cenário completamente diferente do que o ocorrido no dia 19 de abril de 2019, data da votação do impeachment por vacância do cargo e aceito pela maioria dos vereadores, o segundo pedido entrou em votação sem o mesmo alarde e com a ausência de sete parlamentares, alguns deles acometidos pela covid-19 como os casos de: Marcelo Oliveira (PT); Adelto Cachorrão (Republicanos); Professor Betinho (PSL); e Chiquinho do Zaíra (Avante). Também não estavam presentes: Chico do Judô (PSD); Manoel Lopes (DEM); e Samuel Enfermeiro (PSB).
Votaram contra a proposta petista: Ricardinho da Enfermagem (PSB); Jotão (SD); Bodinho (Patriota); Pastor José (Avante); Admir Jacomussi (Patriota); Betinho Dragões (PL); Ivan Stela (PSB); Gil Miranda (Republicanos); Dr. Cincinato (PSB); e Severino do MSTU (PL). A favor da cassação: Melão (Cidadania); Tchacabum (PDT); Fernando Rubinelli (PTB); e Sinvaldo Carteiro (PSL). Irmão Ozelito (PSC) se absteve de votar e o presidente da Casa, Neycar (SD), dessa vez não votou, diferente do primeiro pedido aprovado e depois revogado pela Justiça quando foi favorável ao processo de impeachment.
Histórico
Esse foi o décimo terceiro pedido de cassação contra Atila em pouco menos de três anos. Os dois primeiros aconteceram em junho de 2018, pouco tempo após o prefeito ser preso por suspeitas de participação em um esquema de desvio de verbas para a merenda escolar e que era alvo da operação Prato Feito, da Polícia Federal.
Após a segunda prisão do chefe do Executivo, em dezembro do mesmo ano, na operação Trato Feito, que investigava a suposta participação de Jacomussi em um esquema de corrupção que teoricamente envolveria 21 dos 23 vereadores, um suplente e alguns empresários, o Legislativo aprovou dois de nove pedidos de impeachment.
O primeiro, aprovado e depois revogado judicialmente, acusava Atila de “abandonar o cargo”, abrindo a brecha para a vacância do mesmo. O segundo, que agora foi rejeitado, falava sobre as suspeitas da operação Trato Feito. Os outros sete pedidos seguiam a mesma linha.
Neste ano, mais dois pedidos foram rejeitados em plenário. Desta vez o alvo era o gasto com o hospital de campanha para atendimento de pacientes que contraíram o novo coronavírus.
Com as decisões, Atila Jacomussi segue sem qualquer tipo de ação política contra si, o que permite que possa prosseguir com sua pré-campanha para a reeleição.