O isolamento social e a diminuição das atividades na região reduziram a poluição de março a julho deste ano. No inverno, o tempo seco e a falta de chuva fazem com que os índices se agravem, já que as condições de clima pioram e as pessoas sentem mais os efeitos da poluição.
Segundo Maria Lúcia Guardani, gerente da Divisão de Qualidade do Ar da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), não é possível ter um número exato da diminuição dos poluentes no ABC, mas houve queda nos registros. “Neste ano, se não tivéssemos a redução das atividades teríamos concentrações mais elevadas do que em 2019, já que tivemos apenas um dia de chuva em março e abril”, explica.
Nas últimas semanas de julho tivemos condições desfavoráveis para ambiente, já que a massa de ar seco está grande e os poluentes têm dificuldade de dispersar. “Ano passado choveu muito e neste ano as condições meteorológicas foram muito diferentes, isso faz com que a gente não consiga fazer um levantamento quantitativo”, salienta.
Sobre a diminuição das atividades industriais, a professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) e bióloga, Marta Marcondes, confirma a redução do esgoto industrial, mas diz que o doméstico aumentou, o que pode gerar diversas doenças. “O esgoto industrial traz metais pesados e outros poluentes orgânicos persistentes, e a diminuição dessa carga toda é extremamente positiva”, diz.