Prefeitura de SP prevê aumento da demanda por escolas de educação infantil

Ao mesmo tempo em que registram diminuição das receitas, as escolas de educação infantil têm de correr para se adequar às exigências caso sejam autorizadas a reabrir. Os protocolos pedem retorno gradual dos estudantes, entrada e saída escalonada e higienização frequente. Nas unidades da Escola Shekinah, as máscaras compradas para professores e funcionários têm cores diferentes, para facilitar o controle da troca a cada duas horas.

A escola também prevê criar uma sala de isolamento só para crianças e funcionários que manifestem alguma sintoma da covid-19. O colégio comprou termômetro, vai exigir relatório diário de saúde das crianças e planeja um distanciamento possível entre os pequenos. “Numa mesa de refeitório em que cabem dez, vamos colocar três crianças e tentar proporcionar o maior número de atividades ao ar livre que for possível, com espaços numerados”, explica Sheila Alcântara, mantenedora da escola.

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Outros colégios investem em totens de álcool em gel e fazem treinamento de profissionais para lidar com a nova situação. Para Eduardo Marino, diretor de Conhecimento Aplicado da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, o retorno seguro terá custo alto para as escolas públicas. A Prefeitura de São Paulo já prevê pressão sobre a rede municipal com a debandada de alunos de escolas particulares.

Desde maio, são mais de 4,6 mil pedidos de matrículas na rede infantil, segundo a Secretaria Municipal de Educação. Um projeto de lei da Prefeitura encaminhado à Câmara Municipal de São Paulo prevê a aquisição de vagas para a pré-escola (4 e 5 anos) na rede privada. “O objetivo é suprir a demanda das crianças que os pais tiraram das unidades particulares”, informa.

O texto autoriza um pagamento mensal, de valor a ser definido, para instituições de ensino voltadas a crianças de 4 e 5 anos, que não sejam da rede municipal pública e estejam previamente credenciadas pela Prefeitura. Segundo o projeto, a busca por vagas ficará limitada a 5% do número total de estudantes nessa etapa. Hoje, a rede municipal tem 232,5 mil alunos matriculados na pré-escola.

O governo estadual já registrou esse ano, de abril a junho, 2.813 transferências de estudantes da rede privada para a pública. No mesmo período do ano passado, haviam sido 432. As transferências englobam alunos de várias etapas de ensino.

Procurado para comentar o retorno às aulas presenciais, o subsecretário de Articulação da Secretaria do Estado de São Paulo, Henrique Pimentel, disse que uma proposta de retomar primeiro as aulas da educação infantil chegou a ser ventilada. “Recebemos posicionamento forte das prefeituras contra isso por falar que existem muitas limitações do aluno da educação infantil de cumprir protocolos de higiene e que isso traria um ônus grande.” Segundo Pimentel, o plano de retorno em 8 de setembro está mantido se os indicadores de saúde permitirem a reabertura das escolas nessa data.

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