A Vila Histórica de Paranapiacaba reabre ao público nesta segunda-feira (20) com limitações de acesso e protocolos de segurança. Desde o dia 18 de abril apenas moradores têm acesso à vila que, sem turistas, viu as obras de restauro avançar. A prefeitura e parceiros como a MRS Logística esperam entregar algumas restaurações nos próximos dias.
Os frequentadores terão acesso a maioria dos equipamentos da vila, porém a entrada será feita somente pela parte alta. Na parte baixa o bloqueio vai continuar. Para o secretário de Meio Ambiente, Fábio Picarelli essa é uma forma de controlar o acesso. O chefe da pasta participou do RDTv deste sábado e falou de como será a retomada e como estão os processos de restauração da vila ferroviária.
Picarelli disse que o acesso aos equipamentos da vila será feito de forma a garantir a segurança. “Vai ser arriscado neste momento gente ter de 20 a 30 pessoas num espaço como o museu Castelinho, por exemplo. Portanto, enquanto não houver vacina vai ser uma visitação limitada”, explica. O secretário disse que três ou quatro pessoas ficaram doentes entre os 900 moradores de Paranapiacaba. “O pessoal obedeceu a quarentena, mas a preocupação ainda persiste. Essa reabertura não foi nem um pleito dos moradores, a gente está fazendo porque a cidade avançou, então temos que começar aos pouquinhos a retomar. Temos pessoas de idade que têm comércios, são proprietários de lojas, essas pessoas devem continuar na quarentena”, disse.
Segundo o secretário não apenas o Festival de Inverno acabou por ser cancelado na vila como também diversos outros eventos. “A gente não está totalmente a vontade para receber gente de fora, como recebemos no ano passado durante o Festival de Inverno, quando vieram 110 mil pessoas, vai demorar um pouquinho para voltar aquela normalidade desejada. A vila foi bem prejudicada pois não aconteceram o Festival do Cambuci, de Inverno, a Convenção de Bruxos e Magos, eventos de suma importância para a economia da vila. Tinha até evento esportivo como o de montain bike, ou seja, são vários eventos que tivemos que adiar, porque temos a preocupação de retomar com responsabilidade. Só vamos recuperar a economia da vila eu acredito no ano que vem”, comentou
Restaurações
Se as atividades econômicas da vila permaneceram inertes durante a pandemia, por outro lado as obras de restauração continuaram avançando. “Em termos de obras foi o oposto, a vila fechada permitiu que avançássemos nas obras de restauro. O Barracão de Solteiros, a Cabine de Sinais, a Cabine de Comando que fica embaixo da passarela, vão ser entregues nos próximos dias. Além disso está acontecendo a revitalização da pintura das casas da parte alta; os moradores estão pintando através de doação de tintas feita pela Suvinil. Tem também a Estação de Campo Grande que está sendo restaurada pela MRS”, relatou Pirarelli.
Segundo o secretário o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na modalidade Cidades Históricas avançou em Paranapiacaba. Através dele será possível reformar o Campo de Futebol da Vila, que é o primeiro campo com medidas oficiais do Brasil. “Já teve o aval do Ipham (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para a licitação. Precisamos de um grande esforço para recuperar toda a vila, mas está muito mais bonita do que há 4 anos. Tivemos uma melhora expressiva, mas muito há que ser feito. Temos um outro PAC, que é o maior, e compreende o restauro de 242 casas. Esse é o PAC mais complexo, está na metade do caminho. Tem que aprovar os projetos por bloco, que deve acontecer no segundo semestre 2021. Tem ainda o da casa incendiada e o da Lira. Aos poucos a vila vai ser um ponto muito importante para o turismo nacional, pelo seu aspecto histórico, cultural e ecológico”, relatou.
Além da restauração Fábio Picarelli também disse que os empreendedores estão fazendo curso de capacitação em parceria com o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e também está sendo estudado um conjunto de obras de acessibilidade a fim de que todas as calçadas permitam acesso de cadeirantes a todos os equipamentos.