O ginasta Arthur Zanetti integra a Missão Europa do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e treinará com a seleção de ginástica artística em Sangalhos, Portugal, na retomada da preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio, de 23 de julho e 8 de agosto de 2021. O ginasta, que estava treinando em casa desde março, está ansioso para entrar no ginásio e reencontrar os colegas da seleção de ginástica artística, mesmo sabendo que será preciso manter o distanciamento e passar por exames e quarentena
Antes da pandemia, a rotina do ginasta campeão olímpico e mundial das argolas no ginásio do clube SERC São Caetano era de treinos duas vezes por dia, com os atletas da equipe e o treinador Marcos Goto, de seis a sete horas por dia, de segunda-feira a sábado (meio período), além dos trabalhos com a psicóloga, nutricionista e fisioterapia e as viagens para campings do Time Brasil e competições de preparação.
Tudo mudou em março, quando a quarentena foi declarada. Arthur estava em Baku, para a etapa da Copa do Mundo do Azerbaijão, e iria também para a competição seguinte do circuito da Federação Internacional de Ginástica (FIG), em Doha, no Catar. Tinha, inclusive, feito a qualificação nas argolas em Baku e iria disputar a final do aparelho quando o colega de seleção Francisco Barreto, bateu na porta de seu quarto, no hotel, para que arrumasse as malas porque o evento havia sido cancelado no meio e todos retornariam ao Brasil.
Na volta, após o isolamento no Rio, Arthur foi para casa. Os ginásios já estavam fechados. “No início, ficamos meio perdidos, mas aí passamos a fazer um treinamento ao vivo, de modo virtual, com a seleção, todos os dias, e a treinar em casa. Comprei tatames, pedi para o meu treinador alguns aparelhos auxiliares, comecei a improvisar com a ajuda de cadeiras e instalei argolas na garagem. Foi uma rotina de acordar cedo, fazer aquecimento, preventivo e preparação física”, explica.
Enquanto treinava em casa Arthur também acompanhava a gestação da mulher Jessica do primeiro filho, um menino, que vai se chamar Liam. “Nossa, não vejo a hora dele nascer”, disse.
Arthur Zanetti fala sobre suas expectativas.
Como você vê a possibilidade de integrar a Missão Europa do Time Brasil?
Arthur – Acho bem importante porque todos os ginásios do Brasil estão fechados ou com restrições muito grande de acesso. Assim, eu retomo meu treinamento. Atleta parado não dá resultado. Será muito importante conseguir retomar os treinamentos em Portugal.
Está ansioso por voltar ao ginásio?
Arthur – Sim, estou ansioso porque já faz muito tempo que a gente está longe do ginásio, só ativos nos treinamentos em casa. Dá uma ansiedade sim e uma motivação a mais para querer voltar a fazer os elementos. Mas sabemos que tem de retomar com cautela porque já são três meses longe do ginásio e primeiro tem de preparar o corpo para depois subir nos aparelhos.
Qual será o seu foco no treinamento?
Arthur – Ainda não conversamos com os integrantes da comissão técnica, mas eu acredito que seja voltar a forma física, a força, a resistência e conforme o corpo for modelando subir nos aparelhos e começar com os elementos base. Acredito que na metade do treinamento já poderemos estar fazendo os nossos elementos em cada aparelho.
Para a seleção se reunir de novo é importante?
Arthur – Sim, eu acho que é porque são os atletas da elite do Brasil e cada um puxa o outro. A gente já se conhece há muito tempo e vê o que o outro está precisando, alguma ajuda, alguma palavra de incentivo e isso é importante para todos.
A seleção masculina de ginástica artística viajou com Arthur Zanetti, Alvaro Margutti, Bernardo de Souza Miranda, Caio Souza, Diogo Brajão Soares, Luís Guilherme Porto, Marcos Goto, Ricardo Yokoyama, Robson Caballero e Tomas Florêncio.
Arthur Zanetti é atleta da SERC/São Caetano e da Agith, tem patrocínio da adidas, Caixa, Força Aérea Brasileira (FAB) e Bolsa Atleta do Governo Federal.