ABC tem somente 20% dos profissionais da beleza em atividade

Desde o início da pandemia do novo coronavírus (covid-19), em meados de março, cerca de 1.320 profissionais da beleza tiveram que encerrar as atividades na região, por conta das regras de distanciamento social impostas pelo Governo do Estado. O número representa 80% do total de 15 mil trabalhadores formalizados na área entre as cidades de Santo André, São Bernardo e São Caetano. A expectativa dos profissionais é que, já na próxima sexta-feira (26/6), o Estado avance para a Fase 3 (Amarela) e haja flexibilização gradual do setor.

Com as portas fechadas há pelo menos três meses, 20% dos profissionais que sobreviveram à recessão econômica, já se preparam para a retomada. Em entrevista ao RDtv, a representante regional da Associação Brasileira de Salões de Beleza, Luciana Botelho relata que se reunirá essa semana com representantes das prefeituras de Santo André e São Bernardo para abordar a nova realidade. “Já nos reunimos anteriormente com as cidades e inclusive com Consórcio para falar sobre, mas agora devemos avançar nas estratégias de retomada”, diz.

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Luciana explica que para haja retomada consciente, será necessário que os estabelecimentos cumpram os protocolos de segurança à risca com higienização dos espaços, além de luvas, máscaras, protetores faciais e álcool em gel, materiais necessários para cumprir o protocolo de flexibilização do Governo do Estado. “A nossa expectativa é receber os clientes o quanto antes em um local ao qual eles se sintam seguros com nosso trabalho, com medidas de segurança e higiene adequadas. Para isso, será necessária uma readequação”, explica.

A profissional defende ainda que a flexibilização para o setor está atrasada e já devia ter acontecido quando o ABC entrou para a fase 2 (laranja) do Plano São Paulo. “O salão de beleza é um serviço essencial, contém 60% de higiene e 40% de serviço de embelezamento. Trabalhamos com unha, cabelo, serviços diretos, com plano de retomada e segurança traçados, deveríamos estar incluídos nesta segunda fase de flexibilização”, afirma.

Retomada

Diante da recessão econômica que fez com que mais de 610 salões de beleza fossem fechados, e outros 220 CNJPs fossem encerrados na região, Luciana acredita que o setor levará, pelo menos, cinco anos para a recuperação total. “Não será de um dia para o outro, vai demorar e muito para a recuperação seja completa, ainda mais diante das readequações”, defende. “Logo que houver a flexibilização, por exemplo, poderemos trabalhar somente seis horas, o que também dificultará a retomada completa”, afirma.

Neste primeiro momento, orientações de segurança e cartilha com recomendações serão repassadas aos profissionais, que deverão se readequar para liberação de reabertura. “A primeira recomendação é que os trabalhadores acompanhem o sindicato patronal, façam um investimento inicial para a compra de equipamentos de segurança e haja mudança comportamental para a segurança dos trabalhadores e clientes”, diz.

Assim, se o setor foi autorizado a passar para a fase 3, a partir de 1 de julho, as atividades serão retomadas gradualmente no setor. Caso não avancem, a representante regional afirma que vai continuar a pressionar o Governo do Estado para que haja a reabertura. Uma nova manifestação poderá ocorrer em caso de uma nova negativa.

Profissionais manifestam por flexibilização

No último dia 18, profissionais de beleza reivindicaram ao Governo do Estado e à prefeitura de São Paulo para que houvesse uma reabertura gradual do setor. Segundo os trabalhadores, o ramo tem conhecimento sobre as regras sanitárias necessárias para a flexibilização e respeitaria o distanciamento social para a contenção da doença diante da reabertura parcial dos negócios.

Com máscaras e equipamentos de segurança como luvas e aventais, os manifestantes seguravam cartazes e gritavam que “Beleza é saúde também”. Ao longo da manifestação, cortes de cabelos foram feitos em meio da Avenida Paulista.

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