Com o tom elevado e até mostrando certo nervosismo o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), declarou nesta sexta-feira (19), em entrevista à emissoras de televisão que sofre de perseguição política. A fala ocorreu devido a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que investiga a denúncia de supostos crimes na concepção do hospital de campanha. O chefe do Executivo também desafiou o Ministério Público a comparar o contrato feito pelo município com os realizados nas cidades vizinhas, nas quais consideram que o valor gasto é maior.
“Eu não tenho o que esconder, estou sendo perseguido e continuo sendo perseguido nessa cidade. Aonde eles querem chegar? Ano eleitoral e eles vem me perseguindo. Eu não vou admitir mais isso, é um absurdo o que está acontecendo nessa cidade”, esbravejou o socialista.
No único trecho divulgado pela assessoria de imprensa da Prefeitura de Mauá, Atila reforça que o contrato realizado com a empresa Atlantic para o equipamento de saúde utilizado no combate ao covid-19 já contempla todas as ações necessárias, desde a base para o local até a sua manutenção e afirmou que em outras cidades o contrato foi desmembrado, ou seja, que cada ação dos demais hospitais de campanha foram feitos em contratos separados que somados contam com valores acima do gasto pela gestão mauaense.
“Eu desafio a imprensa e o Ministério Público. Vão atrás dos hospitais de campanha das cidades vizinhas e vejam se os contratos não foram desmembrados, cada contrato tem um valor”, completou o prefeito.
Anteriormente
Está não é a primeira vez que integrantes da Prefeitura de Mauá pedem para ocorra tal comparação. Em abril, no início das críticas aos gastos do hospital de campanha por parte de integrantes da oposição, Atila Jacomussi e o secretário de Saúde, Luis Carlos Casarin, bateram na tecla de que diferenças no contrato fariam com que o gasto com o equipamento fosse diferente do que o comprado com Santo André que conta com três hospitais deste tipo (no estádio Bruno José Daniel, no complexo poliesportivo Pedro Dell’Antonia e nas quadras da Universidade Federal do ABC).
Após a operação do Gaeco na última segunda-feira (15), tanto Jacomussi quanto Casarin divulgaram vídeos e mensagens reafirmando que não existem problemas com essa situação. Enquanto isso os integrantes da oposição reforçaram as críticas relembrando as duas operações da Polícia Federal que acabaram em duas prisões para Atila e para o seu ex-secretário João Gaspar, além de um impeachment em abril de 2019 e cancelado cinco meses depois.