O secretário de Saúde de Mauá, Luis Carlos Casarin, resolveu compartilhar um texto para seus amigos em relação a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do Ministério Público (MP) na última segunda-feira (15), sobre suspeitas de crime na concepção do hospital de campanha. Casarin reclamou sobre a forma que em foi abordado pelas forças policiais e sobre a divulgação de informações nas redes sociais.
No início do texto, o chefe da pasta relata que houve o arrombamento de sua residência por parte dos policiais, mesmo que tenha atendido ao chamado e que já estava se encaminhando para abrir a porta. “Mesmo atendendo a campainha, antes que eu abrisse a porta, arrombaram forçando a entrada, desnecessariamente. Quatro viaturas, policiais fortemente armados, dois promotores e um delegado”, explicou.
Na sequência explicou que a denúncia ocorreu após a comparação com os gastos da Prefeitura de Santo André. “Acontece que comparam dois contratos de Mauá com um de Santo André, enquanto lá foram feitos ao menos 10 contratos para o hospital. Já relatamos tudo isso ao MP. Enfim, eles foram atrás de mais documentos sobre isso”.
Casarin seguiu descrevendo a operação. Quando foi pedido pelos policiais a entrega de armas, drogas e dinheiro, o secretário relatou que os dois primeiros itens não tinha e nunca teve, e em relação ao dinheiro entregou os R$ 19,3 mil que são utilizados para “pagar os pedreiros e ajudantes por uma reforma que estou fazendo (obra que também foi verificada na busca), visto que os pedreiros e ajudantes sequer têm conta bancária”.
Além disso, relatou que o valor existe em decorrência de economias feitas nos últimos seis anos e que a origem pode ser comprovada, e que é compatível com os valores salariais que recebe. “Enfim, em nosso atual contexto de denuncismo e ataques políticos, vamos caminhando. Levaram todos os eletrônicos, celular, notebook e afins”, completou.
Por fim, relatou que nenhuma filmagem foi realizada e que imagens falsas foram divulgadas pelas redes sociais. Agradeceu aos amigos que se preocuparam, ao prefeito Atila Jacomussi (PSB), no qual considera que sofra de uma “perseguição implacável e com as ininterruptas maldades políticas” e explicou que está bem.
Histórico
O Gaeco e o Ministério Público deflagraram uma operação para investigar supostos crimes na concepção do hospital de campanha de Mauá. Segundo as primeiras informações, o gasto com o equipamento provisório foi de R$ 3,3 milhões para um período de 90 dias. A denúncia foi feita de maneira anônima, apesar das diversas ações pedidas por vereadores e demais políticos de oposição no município.
No mesmo dia, tanto Atila Jacomussi quanto Luis Carlos Casarin já negavam qualquer tipo de irregularidade. A operação cumpriu mandados de busca e apreensão em Mauá, Jundiaí, Barueri e na Capital. Ninguém foi preso ou chamado oficialmente para depor sobre o assunto.