Ainda fora do conjunto de partidos oficializados, a coordenação do Aliança para o Brasil, sigla que tem como mentor o presidente Jair Bolsonaro, promete influenciar as eleições deste ano. Para isso alguns militantes estão encontrando guarida no PRTB, partido do vice-presidente da República, general Hamilton Mourão. O Aliança não conseguiu o número de filiações exigidas pela Justiça Eleitoral para estar na disputa deste ano, apesar disso vai garantindo espaço na política com a articulação de candidaturas, ainda que pelo partido “irmão”.
O coordenador do Aliança pelo Brasil no ABC, o policial civil licenciado, Paulo Eduardo Lopes, mais conhecido como Paulo Chuchu, admite que pode ser candidato em São Bernardo. “Parece que me será dada a missão para ser candidato a vereador em São Bernardo”, disse ao participar do RDTv desta quinta-feira (11/06), onde foi entrevistado pelos jornalistas Carlos Carvalho e Leandro Amaral.
Paulo Chuchu já tem participado ativamente da política de São Bernardo e da região. Esteve recentemente em São Caetano junto com o pré-candidato a prefeito Thiago Tortorello e criticou também a saída de pessoas daquele diretório ligados ao MBL. “Seria difícil apoio do Bolsonaro em uma chapa com pessoas que não sabiam o que estavam fazendo no PRTB. Não teria como conviver com pessoas que não concordam com a gente. Gente desse movimento não interessa estar do nosso lado. Se ele (Pedro Umbelino) é tão ligado ao deputado Kim Kataguiri, porque ele não se filiou ao DEM e foi para o PRTB? Quem tem que explicar é ele e não a gente”, posicionou-se.
Em São Bernardo Chuchu disse que não é exatamente um fã do prefeito Orlando Morando (PSDB), que já fez elogios e críticas, mas ele intermediou a conversa do tucano com o governo federal que possibilitou a abertura do Hospital de Emergência que está tratando de pacientes com a Covid-19. “Não temos proximidade com o prefeito atual, tenho críticas e elogios, não seria uma oposição burra, nem governo burro. Apoiaria os projetos bons para a população. Em cima do muro eu não vou ficar. Não apoiaria o PT nem o PSB, nem o PSL (partidos que já colocaram pré-candidaturas). Nossa região é muito bem equipada quanto à pandemia, São Bernardo e região tem capacidade hospitalar para ser flexibilizada e não foi, não estão se entendendo nem entre eles (tucanos). Nesse caso do hospital foi deixada a questão partidária de lado e a gente pensou na população”, disse o coordenador do Aliança.
Paulo Chuchu disse que o grupo vai definir já para esse ano uma posição em cada cidade. “Vou ficar o mais longe possível da esquerda, vamos apoiar o que estiver mais distante da esquerda. No ABC não tem nenhum pré-candidato com apoio direto do presidente Bolsonaro”, aponta.
Fortemente ligado à família Bolsonaro – é assessor parlamentar do deputado federal Eduardo Bolsonaro -, Paulo Chuchu disse que assumiu a missão de coordenar a última campanha na região, ainda no PSL. Com a saída do presidente ele saiu também, mas os planos continuam. O Aliança pelo Brasil, segundo Chuchu, já tem 2 mil adeptos só em São Bernardo e 4 mil no ABC número de fichas que ele recolheu nos cartórios. “A pandemia prejudicou um pouco a gente. Não ia arriscar a saúde das pessoas para irem no cartório. Acabando a pandemia vamos retomar”, disse.
O coordenador que acredita que em 2021 o Aliança conseguirá superar a marca das 496 mil assinaturas para a homologação. Enquanto isso não acontece o grupo de abriga no PRTB. “O Aliança Pelo Brasil está de forma virtual tirando dúvidas, planejando as ações para 2020 e para 2022 também. Com a impossibilidade do Aliança para 2020 saiu uma conversa de apoio a candidatos e eu e algumas pessoas nos filiamos ao PRTB que nos abriu a porta por ser um partido que está no governo com o General Mourão. Foi aberta essa porta para candidaturas a uma cadeira no Legislativo de São Bernardo e algumas cidades do ABC. Pode ser que depois saiam, pode ser que não, depende da época. Isso fica a cargo dos acontecimentos futuros; pode ser que tenha um acordo com o PRTB, pois são partidos que se comunicam muito bem. Em outros estados também acontecem essas conversas. Para nós Bolsonaristas, o que importa é defender o presidente Bolsonaro, defender o governo e o armamento da população. É mais uma questão ideológica do que partidária”, finalizou.