Durante o isolamento social, grande parte dos idosos passou a ficar mais tempo sozinha, por isso, alguns riscos para a saúde física e mental podem aparecer. A médica geriatra do Residencial Club Leger, Simone Henriques, coordenadora do ambulatório de Cuidados Paliativos do Hospital das Clínicas/USP e diretora da Instituição de Longa Permanência Fundação dr. Thomas, em Manaus, diz que algumas situações no distanciamento social podem complicar ainda mais a saúde deste grupo.
Para a médica, dentre todos os outros problemas e riscos enfrentados pelos idosos neste período, o isolamento tem sido um dos maiores desafios. “Eles se sentem sozinhos por não ter mais a família presente como era antes. Isso aflora os sintomas psicológicos, o que pode gerar ansiedade, estresse e depressão”, explica.
Outro perigo que deve ser levado em consideração, segundo a geriatra, são os acidentes domésticos, que, sem a presença de outras pessoas no convívio do idoso, ficam mais suscetíveis a acontecer. “O risco de quedas ou de se acidentarem de outras maneiras fica maior sem alguém por perto, e pode agravar se não tratado devidamente”, aponta.
Telemedicina
Modalidade utilizada durante o período de pandemia para atender pacientes sem que precisem se expor a consultórios, a telemedicina exige conhecimento básico de tecnologia por parte doso usuário. É neste momento, diz a médica, que o auxílio dos familiares é fundamental. “Ter esse contato com os médicos para conversar e tirar dúvidas faz com que se sintam acolhidos. É importante que os médicos se mostrem presentes também neste momento”, afirma.
Quando necessário a consulta via vídeo, a família deve prestar suporte ao idoso para o manuseio do meio digital, de acordo com a médica, já que muitos ainda apresentam dificuldade. Já se há dúvidas entre ir até o consultório médico ou não, é importante que sejam considerados os sintomas de alerta. “Há casos em que não é possível analisar por telemedicina, então em caso de diarreia, falta de ar ou problemas no rim, por exemplo, sempre deve consultar o médico”, afirma.