Flexibilização da quarentena anima pouco líderes religiosos a reabrirem atividades

Diocese de Santo André irá retomar as missas presenciais no dia 13 de junho (Foto: Divulgação)

Apesar da flexibilização parcial da quarentena, anunciada pelo governador João Doria, algumas igrejas e templos religiosos da região são cautelosas quanto à retomada de cultos. A exceção é a Diocese de Santo André, que confirmou a volta de missas presenciais no dia 13 de junho. A Igreja da Graça de Deus, em Mauá, aguarda a autorização da Prefeitura para receber os fiéis, segundo o pastor Eduardo Furtado. Mais preocupada, a Federação de Umbanda e Cultos Afro-brasileiros de Diadema se posiciona contra a volta das atividades, pois alega que precisa garantir a saúde dos frequentadores, de acordo com o presidente Cássio Ribeiro.  

No dia 30 de maio, a Diocese de Santo André, por meio do bispo Dom Pedro Carlos Cipollini, anunciou as normas para reabertura gradual das 39 paróquias, a partir do dia 13 de junho, dia de Santo Antônio de Páduaa fim de que voltem a receber público nas celebrações. O documento, baseado em recomendações científicas e orientações dos órgãos da saúde, foi publicado nos canais oficiais da Diocese. O clero diocesano também será orientado a divulgar as informações durante as transmissões dominicais das missas online. 

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A Diocese reforça que o anúncio não descarta, em hipótese alguma, a continuidade das regras de isolamento social, que tem salvado vidas e evitado a sobrecarga no sistema público de saúde. “Que essas normas sejam recebidas como fruto de uma preocupação do bispo para atender a todos”, sintetiza Dom Pedro. 

Depende da Prefeitura

Na Igreja da Graça de Deus, em Mauá, os planos para volta dos cultos dependem da liberação de autoridades, segundo o pastor Eduardo Furtado, que afirma que isso só será possível se todas as medidas de proteção forem tomadas. “Até poderia acontecer, mas com os cuidados e recomendações, não com as igrejas cheias, para não colocar as pessoas em risco”, afirma. Furtado ainda diz que o ideal seria que os cooperadores e obreiros atendessem os fiéis nas portas com álcool em gel e medidor de febre.  

O pastor ainda aponta que as medidas são essenciais para que os locais não se tornem focos de disseminação do vírus. “Estes detalhes serão muito importantes para lutarmos contra esse mal”, diz. Para a oficialização de uma data de retomada, o líder religioso conta que aguarda liberação da Prefeitura e a igreja segue com ações de oração e aconselhamento. “Tudo depende das autoridades, se o prefeito liberar, nós voltamos”, comenta.  

Retomada dos terreiros de Umbanda pode colocar frequentadores em risco, segundo Cássio Ribeiro, presidente da Federação (Foto: divulgação)

Não dá para voltar agora

Em Diadema, o posicionamento da Federação de Umbanda e Cultos Afro-brasileiros, com 400 terreiros filiados, vai contra a ideia de volta das atividades presenciais, pois, de acordo com o presidente Pai Cássio Ribeiroa característica dos rituais, que possuem, por muitas vezes, contato físico ou direto, podem colocar os frequentadores em risco. “Não dá pra pregar a volta, porque a nossa ritualística é de incorporação, tem abraço, compartilhamento de bebidas como instrumento de descarrego, benção”, aponta. 

Ribeiro completa que retomar neste momento não é adequado, e que a prioridade é a vida das pessoasAlém disso, reforça que não haverá data prevista para a volta enquanto a doença não estiver controlada.  podemos pensar nisso quando a contaminação chegar a um nível mínimo, quando os hospitais tiverem lugar suficiente para quem estiver contaminado”, completa.

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