Após reunião virtual dos prefeitos no Consórcio Intermunicipal Grande ABC, nesta quarta-feira (3), o prefeito de Rio Grande da Serra e presidente da entidade regional, Gabriel Maranhão (Cidadania), opinou que a decisão do Estado para manter o ABC em quarentena não deve ser alterada até o dia 15. O político aguarda a instalação de novos leitos em Diadema e a redução do número de casos de coronavírus para convencer o Comitê de Contingência para passar a região para a fase 2 (fase laranja) do Plano São Paulo.
“O decreto mostra que até o dia 15 de junho não muda nada. Creio que é um lockdown moderado que o Governo do Estado está passando. Na minha opinião pessoal eu sou a favor do lockdown completo, mesmo que seja tarde (para isso, porque os números (de casos) não param de crescer. Estamos vendo que os países que tiveram essa atitude audaciosa, corajosa e responsável tiveram êxito e passou da hora de seguir esse caminho”, disse Maranhão.
Questionado sobre a possibilidade de algum prefeito entrar na Justiça para tentar uma flexibilização individual, o presidente do Consórcio ABC deixou claro que não foi cogitada qualquer tipo de ação durante o encontro. Na semana passada, após o anúncio da Capital na fase 2 e do ABC na fase 1 (fase vermelha), os prefeitos de Santo André, Paulo Serra, e de São Bernardo, Orlando Morando (ambos do PSDB), relataram sobre a possibilidade de procurar o Judiciário após a região apresentar números melhores.
Segundo os dados da entidade regional, o ABC conta com 30 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para cada 100 mil habitantes, o triplo do mínimo exigido pelo Estado. Em relação a ocupação, a média dos últimos sete dias foi de 57%, abaixo do limite estabelecido que é de 80%. A taxa de contágio foi de 1,5 enquanto o limite seria de 2.
Agora a expectativa fica com o aumento de leitos em Diadema. No próximo sábado (6), o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, e uma equipe da Secretaria Estadual de Saúde vão visitar o Quarteirão da Saúde, em Diadema. A ideia é instalar mais 100 leitos covid no segundo andar. Além disso, esperam a abertura de mais 10 leitos no Hospital Estadual Serraria.
Apesar da possibilidade de aumento do número de leitos, Gabriel Maranhão considera que este não deve ser o único fator observado e mostrou preocupação com o aumento do número de casos e a queda no isolamento social. No ABC tal dado não ultrapassa os 50% com facilidade, sendo que o mínimo exigido é de 55%.
O presidente do Consórcio evitou fazer falas mais duras contra o Governo do Estado e até destacou que existe uma falta de comunicação com a Capital, mas não deu detalhes sobre o problema. Além disso, considera que não há uma possibilidade real para que alguns eventos culturais da região na temporada de inverno ocorram como os festivais do Chocolate, em Ribeirão Pires, e de Paranapiacaba, em Santo André.