Em Santo André, funcionários da Bridgestone estão em greve por conta da crise gerada em torno da pandemia do coronavírus. São 3,2 mil trabalhadores que, de acordo com Márcio Ferreira, presidente do Sintrabor (Sindicato dos Borracheiros da Grande SP), não recebem o salário e continuam trabalhando em meio a incertezas da continuidade dos contratos.
Em entrevista ao RDtv, o presidente da categoria saiu em defesa dos trabalhadores, que exigem negociações de melhores condições. “Tem trabalhador que trabalha e não recebe, e isso é com praticamente toda a fábrica, e junto com a manifestação era para ser discutido mais 30 dias de suspensão do trabalho”, afirma.
A empresa chegou a apresentar propostas de PLR (Participação de Lucros), mas não foram aceitas pelos funcionários. “Eles tiveram a proposta de pagar R$ 3,4 mil em duas parcelas e outra de R$ 7 mil, pagando R$ 6 mil agora e mais R$ 1 mil em dezembro, mas não foram aceitas. Ano passado eles receberam uma PLR de R$ 12 mil”, informa o presidente.
De acordo com Márcio, os trabalhadores colaboraram muito com a empresa, e por conta disso, não recebem em troca o esforço realizado. “O motivo real não e só em questão da PLR, a maneira com que o governo fez a maior parte foi para cima do trabalhador, que trabalha e não recebe. Fizemos uma negociação com a empresa de pagar 30% e o governo paga 70%, mas isso é do seguro desemprego”, explica.
Sobre o trabalho dos funcionários na empresa durante a pandemia, Marcio informa que todas as normas de segurança estão sendo tomadas, mas os trabalhadores continuam inseguros com a permanência na fábrica. “A situação e muito complicada, o próximo passo vai ser a demissão ou o fechamento de empresa, vai ficar muito difícil de administrar isso, porque muita empresa não vai ter como pagar os direitos de funcionário”, completa.