O prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Gabriel Maranhão (Cidadania), demonstrou irritação com toda a negociação com o Governo do Estado sobre a flexibilização. Nesta sexta-feira (29), o chefe de Executivo afirmou que o anúncio do governador João Doria (PSDB) foi 50% boa e agora os sete municípios correm contra o tempo para apresentar um cenário favorável para a flexibilização.
Apesar de ter ver o Estado aceitando o pleito dos prefeitos feito na noite da última quinta-feira (28), a entidade regional tenta marcar uma reunião com o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, para adiantar todos os dados da região e assim ter a autorização para a reabertura de alguns setores até a próxima quarta-feira (3/6). Apesar do cenário favorável, Maranhão criticou a forma em que tudo aconteceu.
“Quero fazer uma reflexão que essa atitude do Governo do Estado era para levar o ABC para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), porque sem dúvida nenhuma estão colocando grande parte das pessoas que estão contaminadas e que vão contaminar ainda mais com essas aberturas, pois sabemos da facilidade da pessoa seguir para a Capital. Para falar a verdade (Edgard) Brandão (secretário executivo do Consórcio) estou muito preocupado com toda essa falta de planejamento, essa falta de comunicação”, disse Maranhão.
“Essa questão não é só como o Estado, mas com a União também. Estamos nos sentindo como se fosse um país diferente. Não é possível que uma região como a nossa, com o quarto PIB (Produto Interno Bruto) nacional fosse tratado dessa forma”, completou Brandão.
Condições
Segundo Maranhão e Brandão, a região conta com todas as condições para reabertura parcial de parte do comércio. O único dado confirmado foi a ocupação dos leitos na região no último dia 28. Na Capital o percentual é de 91% e no ABC é de 74%, porém, este dado das sete cidades será menor com abertura novos leitos em São Bernardo, o que segundo a entidade regional poderia colocar a região com 63% de leitos ocupados para o início da próxima semana.
Mesmo favorável ao isolamento total (lockdown), o prefeito de Rio Grande da Serra considera que a região sofre com quatro tipos de pandemia: Saúde; Economia; Política; e Jurídica. Outra preocupação são os comércios nas áreas de divisa que criaria um cenário de um lado da rua ter comércios fechados e no outro parcialmente abertos.
Gabriel também defendeu as medidas anunciadas pelos prefeitos de Diadema, Lauro Michels (PV), e de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), para criar barreiras sanitárias para evitar a infecção daqueles que voltaram a consumir na Capital, apesar da cidade de São Paulo ter garantido que não fará a abertura de parte do comércio logo no dia 1º de junho.
Além de uma nova reunião com Vinholi, os prefeitos agendaram para o próximo domingo (31), uma videoconferência com os integrantes do Comitê de Contingência do Estado para tratar com mais rapidez sobre esse assunto.