O secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, afirmou ao RDtv, nesta quarta-feira (27), que a taxa de ocupação de leitos no ABC é maior do que na Capital e tal situação fez com que a região não conseguisse o mínimo necessário para iniciar a flexibilização do comércio a partir do dia 1º de junho. O representante do Estado fala que tentará o diálogo com os sete prefeitos para evitar uma disputa jurídica nos próximos dias.
Sem citar um número exato, Vinholi garantiu que a taxa de ocupação de leitos no ABC está acima dos 80%, fato que já tiraria a região da faixa 2 do Plano São Paulo. Na Região Metropolitana a taxa desta quarta é de 92% e da Capital é de 75%, assim criando condições para que a cidade de São Paulo fosse separada na análise do cenário, diferente do anunciado nos últimos dias de tal situação seria avaliada regionalmente, ou seja, envolvendo os 39 municípios da Grande São Paulo.
Questionado sobre as falas dos prefeitos da região sobre uma possível “injustiça” com a avaliação feita pelo Estado, o secretário negou tal cenário. “Eu discordo de que houve um prejuízo na análise do ABC ou da Região Metropolitana em relação a Capital. Os números foram analisados, a ciência foi ouvida e chegamos neste cenário. Não concordo com essa questão de injustiça. Estamos com critérios técnicos para fazer essa avaliação”.
O secretário afirmou que já tinha conversado com os prefeitos da região na última terça-feira (26), e que antes da entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes pediu para que os chefes de Executivo que estão no Conselho Municipalista realizassem o aviso sobre as medidas que seriam tomadas para os demais prefeitos de suas regiões. No caso do ABC, o aviso deveria ser feito pelo prefeito da Capital, Bruno Covas (PSDB).
Até o momento três prefeitos do ABC foram ouvidos por Marco Vinholi: Paulo Serra (Santo André, PSDB); Orlando Morando (São Bernardo, PSDB); e José Auricchio Júnior (São Caetano, PSDB). A ideia é que as conversas possam seguir nesta quinta-feira (28) para que aconteça um consenso entre as partes.
O Consórcio Intermunicipal Grande ABC relatou que vai cobrar explicações do Governo do Estado sobre o Plano São Paulo e que quer entender quais critérios foram utilizados para separar a Capital da Região Metropolitana em relação a abertura de determinados setores do comércio.
A princípio o ABC segue com a quarentena até o dia 15 de junho e apenas os setores da indústria não essencial e a construção civil vão retomar as atividades sem restrições, mas levando em conta as medidas de higiene. Atualmente estes dois setores funcionavam, mas com uma parte de seus funcionários afastados.