O prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), criticou fortemente o Governo do Estado em relação as justificativas para separar a Capital do restante da Região Metropolitana na hora de definir a retomada econômica nesta quarta-feira (27). O tucano afirmou que vai procurar o Ministério Público para mostrar que sua cidade está com um cenário epidemiológico melhor do que o município de São Paulo.
Em live realizada pelas redes sociais, o tucano comparou os dados da Capital com a de São Bernardo. Segundo Orlando, o percentual de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade nos últimos sete dias ficou entre 61% e 73%, enquanto na Capital o percentual no mesmo período ficou entre 85% e 92%.
No caso no número de leitos para cada 100 mil habitantes, a taxa de São Bernardo é de 18 enquanto de São Paulo e de 10. Quando se leva em conta a taxa de óbitos por 100 mil habitantes, em São Bernardo o dado é de 23 e na Capital é de 32. No caso de infectados, enquanto a cidade do ABC tem 164 casos para cada 100 mil e em terras paulistanas o dado é de 462 para cada 100 mil.
Orlando Morando fala que houve incoerência na separação da Capital do restante da Região Metropolitana e considera que o Estado tem dois caminhos: adotar o mesmo tipo de medidas para as 39 cidades ou incluir o ABC na mesma faixa que a cidade de São Paulo. “Aonde ficamos atrás da Capital? Em nada. Houve um erro, o Governo do Estado errou”, falou.
O são-bernardense vai procurar os promotores da cidade para tratar do assunto e espera um posicionamento oficial do Estado sobre a medida, algo que deve acontecer até sexta-feira (29). Inclusive no mesmo dia haverá uma nova reunião dos prefeitos da região no Consórcio Intermunicipal Grande ABC para tratar do assunto. A entidade regional também falou em “surpresa e indignação”.
Política
Morando relembrou por alguns momentos que é aliado de João Doria, inclusive ajudando o tucano na campanha de 2018, porém, afirmou que se for necessário debater e discordar de seu amigo, fará tal ação e cobrou novamente coerência por parte do Governo do Estado. “Quero ver algum infectologista defender esse plano da maneira que foi apresentado”, desafiou o prefeito.
O prefeito de Ribeirão Pires, Kiko Teixeira (PSDB), também seguiu a mesma linha. Em curto texto divulgado nas redes sociais também cobrou esclarecimentos do comando do Palácio dos Bandeirantes.
Santo André
“Quero compartilhar esse vídeo para falar da minha indignação em relação as medidas anunciadas hoje pelo Governo do Estado de São Paulo que dizem respeito da retomada das atividades econômicas no Estado. Incluir a Capital e deixar de fora a cidade de Santo André e a região do ABC, ao meu ver, é grande absurdo. É um absurdo, pois deixou de fora os critérios científicos. Os índices da nossa cidade são muito melhores do que o da Capital. Tomamos as medidas corretas, equipamos a saúde e ampliamos o nosso atendimento”, disse o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB).
Diadema
“Quero aqui compartilhar o nosso sentimento de indignação com você morador de Diadema e com você morador da Região Metropolitana. Toda vez que o Governo do Estado renova a quarentena fala em estudar regras para uma possível flexibilização dos comércios. Criaram um sistema de monitoramento. Mantivemos o isolamento na nossa cidade acima dos 50%. Seguimos a risca todas as regras. Mudaram as regras e falavam de leitos de UTI, aumentamos os leitos. Agora de uma hora para outra no final do jogo. Como mudar as regras sem falar com os prefeitos”, comentou o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV).