Com o objetivo de enviar menos resíduos sólidos aos aterros da região, o Consórcio Intermunicipal do ABC tem buscado alternativas junto aos municípios para melhor gestão de resíduos sólidos e a logística reversa, esta última voltada à atuação das empresas que produzem os lixos realizem a coleta e o destino de cada item. Enquanto os problemas não se resolvem, em virtude dos contratos independentes por cidade, a instituição olha para o futuro, na redução do número de usinas de cooperação. “Se forem reduzidas para duas a região já estará bem servida”, avalia Edgard Brandão, secretário-executivo, em entrevista ao RDtv.
Segundo Brandão, a formação do Consórcio nasceu com o objetivo de resolver a situação dos resíduos sólidos, há 30 anos, e o problema continua na região, que coleta cerca de 940 mil toneladas/ano de lixo e 5% pode ser reciclado. “O sistema de coleta é uma complexidade grande no mundo todo”, diz. Cada município tem uma situação. “Estamos na hora de ver o que vai acontecer no futuro”, comenta o dirigente, durante entrevista com a participação da coordenadora do Grupo de Trabalho Meio Ambiente, Karin Kelly da Silva.
Ambos discutiram segunda-feira (25/5) propostas para logística reversa nas sete cidades com o coordenador do Comitê de Integração de Resíduos Sólidos (Cirs), da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, José Valverde.
Sobre o tempo de vida útil dos aterros, Karin informa que o período é curto, de aproximadamente 10 anos, e o assunto deve ser discutido o quanto antes. “Temos trabalhado bastante com a coleta seletiva para minimizar e mandar para o aterro principalmente o que não pode se reciclar. Outra opção é a logística reversa, que também na lei de resíduos sólidos, mas ela depende dos setores e acordos de Estado e União”, diz.
Outra opção são as usinas de recuperação energética. “A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) tem discutido sobre quem licencia as usinas e hoje em dia sabemos que existem tecnologias para não emitir gases tóxicos. Cabe ao nosso governo e empresas adequarem a tecnologia à emissão de gases”, explica Karin.
Ainda sobre o tempo de vida útil dos aterros regionais, os resíduos têm aumentado a cada 5 anos e neste período de isolamento social, o lixo está comparado aos finais de ano. “Pelo o que tenho acompanhado a cada 5 anos têm aumentado os resíduos, agora nesse momento aumentou bastante, por conta do isolamento. Tem chegado muito mais material, perspectiva de dezembro que é a época que o pessoal já está de férias e fica mais em casa”, salienta Karin, sem informar números.
Sobre as usinas, umas das propostas é que a construção seja realizada no aterro da Lara, em Mauá. “Mas acho que no momento só falta dinheiro. O Consórcio já tinha o convite para visitar as instalações da Alemanha antes da pandemia. Aterro não dá mais. Estamos com aproximação grande com a Cetesb, e discutindo também o destino de eletrônicos, tivemos uma reunião de proposta para que os municípios sejam ressarcidos da política reversa, na teoria o município não deveria ter gastos públicos, mas na prática isso acaba indo para o município”, comenta.