Em entrevista coletiva realizada na sede do Deic (Departamento de Investigações Criminais) de São Bernardo o delegado Seccional, Ronaldo Tossunian, falou sobre as investigações do crime que envolveu o delegado Paulo Bilynskyj, de 33 anos, e sua namorada, a modelo Priscila Delgado Bairros, de 27, que aconteceu no apartamento do policial na avenida Prestes Maia, quarta-feira (20/05). A mulher morreu e o delegado foi baleado ao menos cinco vezes e está internado no hospital Mário Covas, em Santo André.
Segundo a polícia as apurações seguem a linha de que companheira do policial tentou matá-lo e depois se suicidou. Essa versão foi apresentada pelo próprio Bilynskyj no mesmo dia do crime em vídeo publicado nas redes sociais. Ele contou que, depois de ver uma mensagem em seu celular, a modelo pegou a arma do policial e o surpreendeu quando este saia do banho efetuando seis disparos na sua direção e depois um contra ela mesma. A família da modelo diz não acreditar que ela pudesse cometer um crime. O pai dela, Wilmar Brunismann de Bairros, disse que o casal parecia ter um bom relacionamento e que inclusive o casamento estava marcado.
De acordo com Ronaldo Tossunian, as informações colhidas no local de crime, após o socorro as vítimas, aliadas aos depoimentos de testemunhas auxiliaram a autoridade policial a estabelecer a primeira linha de investigação do caso. “O número de ferimentos recebidos pelo delegado não sugere que se trate de uma autolesão”, afirmou.
Além de delegado Bilynskyj é instrutor de tiro e dá aulas em cursos preparatórios para ingresso na carreira policial. Ele é muito ativo em redes sociais onde aparece com diversas armas e defende a liberação do porte. Uma de suas últimas publicações foi a de uma imagem de Jesus ensinando uma criança a usar uma arma. Ele recebeu muitas críticas pela publicação. Ele também é ligado à família Bolsonaro. Em sua rede social publicou uma entrevista que fez com o deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL) onde os dois comentam sobre projeto em trâmite para a liberação do uso de armas de fogo.
O delegado seccional disse que outras linhas podem ser consideradas durante as investigações. “A conclusão do inquérito policial depende dos resultados dos laudos dos exames solicitados e de informações que as quebras de sigilo telefônico, solicitado à Justiça, vão proporcionar”, explicou Tossunian. As investigações do caso seguem no 1º Distrito Policial de São Bernardo, com acompanhamento da Corregedoria Auxiliar do Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo).