Apesar dos índices de contágio do novo coronavírus ainda serem altos em todo o Estado, cerca de 2 mil funcionários da General Motors (GM), em São Caetano, retornaram as atividades de produção da fábrica nesta segunda-feira (18/5). O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Cidão, comentou sobre o retorno das atividades em entrevista ao RDtv.
Segundo o sindicalista, as medidas de higiene e distanciamento social foram reforçadas para garantir a segurança dos empregados. “Hoje temos dois refeitórios com mesas individuais ou mesas intercaladas e divisórias de acrílico, na portaria é aferida a temperatura e antes de sair de casa o funcionário responde um questionário, se der verde vai ao trabalho e se não der ele comunica o departamento médico para ficar em isolamento”, explica.
A planta da GM em São Caetano conta com cerca de 7,2 mil funcionários que trabalham na fábrica, mas somente o 1º turno retornou as atividades. “A produção não está a todo o vapor ainda, está engrenando. Acho que saindo até melhor. Voltaram aproximadamente 2 mil trabalhadores da fábrica. Tem rodizio de operação de duas em duas horas, higienização das maquinas”, diz Cidão.
Apesar do período sem produção de novos veículos, desde 22 de março, quando a GM paralisou toda a produção, o presidente comenta que a empresa não demitiu nenhum funcionário e diz estar apreensivo quanto a demanda de novos veículos. “Diante de toda a situação o consumidor não fica seguro e não adquire um veículo. A empresa está sem produzir desde 22 de marco, em abril não se produziu nenhum veículo. Ninguém sabe o que poderá acontecer, mas estão apostando em alguns veículos que o mercado pode querer”.
Um dos exemplos citados é o novo Tracker, “o lançamento da tracker não chegou nem a abastecer todas as concessionarias em virtude da própria pandemia”, salienta. Já sobre os casos da covid-19 em trabalhadores o sindicato disse que os números não foram grandes e não houve nenhum caso emergencial.
Benefícios
O presidente do sindicato ainda felicitou o acordo feito com a empresa de antecipar a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) dos funcionários, avaliada em R$ 7 mil. “Fica difícil reivindicar direitos nesse momento, e tínhamos uma reunião um dia depois de a fabrica parar a produção, mas conseguimos organizar por votação online o PLR, tínhamos duas opções, R$ 5 mil pagos já neste mês, ou R$ 7 mil para serem pagos em junho para quem recebe até R$ 3 mil, em julho para quem recebe até R$ 7 mil e agosto para os demais, votaram na segunda opção”, salienta.
“Fizemos as reuniões online. Saímos vitoriosos, terminou ontem e demos um exemplo de assembleia online. Participaram 5,4 mil trabalhadores e com as duas propostas, uma da empresa e outra nossa”, completa.