Os trabalhadores da limpeza pública, chamados popularmente de garis, ou margaridas no caso das mulheres, comemoraram neste sábado (16/05) o seu dia. A função que só foi regulamentada em 1962 tem importância fundamental no controle não apenas da aparência das áreas públicas, mas também da higienização que evita a proliferação de pragas e doenças. Na data, o RDTv fez uma homenagem a esses trabalhadores, entrevistando Edinilza Pessoa de Souza e Davi Alexandre de Souza, que trabalham na varrição das ruas de São Caetano.
Edinilza, sai de casa as 5h10 da manhã todos os dias, chega na empresa toma seu café, veste seu uniforme, do qual agora a máscara também faz parte, e começa a limpar as ruas do seu setor as 7 horas da manhã e segue limpando as ruas até as 15h20. Ela revela que em alguns dias o trabalho é mais duro. “O dia mais difícil é segunda-feira porque domingo a gente não trabalha aí a rua fica mais suja na segunda. Dia de jogo e perto de bares também junta muita sujeira também”, conta. Segundo ela o tempo é o maior inimigo do gari. “O que é mais difícil é o sol e quando vem chuva de vento que é bem difícil porque espalha todo o lixo”, relata a profissional que há 5 anos trabalha na atividade.
Davi está na função há menos tempo; 3 anos. Ele conta que é normal se desapontar ao ver a rua toda suja logo depois de ter varrido. “Isso é comum; a gente varre tudo, calçada, rua e sarjeta, mas quando a gente termina a rua e volta, já está sujo de novo, às vezes o lixo está jogado no chão bem do lado de uma lixeira”, relata.
Apesar da dificuldade, dos riscos, os dois profissionais contam que a maioria das pessoas compreende a importância do trabalho deles e agradece. “Tem um ou outro que olha torto, mais a maioria das pessoas gosta da gente, os que saem cedo para trabalhar e passam por nós cumprimentam, dão bom dia. Outros saem e agradecem”, diz Edinilza. Por enquanto todo mundo elogia nosso serviço e nossa coragem, ainda mais agora nessa pandemia”, diz Davi.
O gari conta que já achou uma carteira com documentos e dinheiro, era de um morador de Mauá. Ele ligou para o telefone de um tatuador cujo cartão estava entre os documentos e conseguiu contatar o dono do objeto. “Marcamos na estação de trem e devolvi para ele, com dinheiro e tudo. Ele me agradeceu”, conta orgulhoso. Edinilza também já achou dinheiro, perdido sem carteira e não teve como identificar o dono. “Já achei nota de 10, de 20, até de 50”, conta. A margarida conta que uma ocasião, varrendo a calçada da avenida Goiás, no Centro, encontrou uma bolsa com balas de revólver. Acabou encontrando o dono na delegacia que fica em frente.
Durante a pandemia do novo coronavírus, e a obrigatoriedade do uso de máscaras nas ruas, os garis não são diferentes, essa é uma nova rotina destes trabalhadores que também já notaram mudança de hábitos dos moradores. “A máscara é um pouco sufocante, a gente fica mais cansado, mas tem que usar”, diz Davi. Edinilza completa dizendo que o lixo nas ruas diminuiu com o isolamento. “Diminuiu bastante”, resume.
Davi conclui a entrevista fazendo um apelo: “Colaborem jogando o lixo no lixo porque isso ajuda a gente e o meio ambiente também”, finaliza. A mensagem de Edinilza é sobre a covid-19. “Peço para as pessoas que puderem, para ficar em casa”, conclui.