Por causa da pandemia do novo coronavírus, evitar sair de casa é uma questão de saúde pública que pode salvar vidas. Os cuidados, no entanto, vão além das pessoas, envolve também os animais de estimação, que pedem atenção redobrada no período de isolamento social. Ainda que não haja pesquisa comprovada sobre o pet ser ou não vetor da covid-19, a orientação dos veterinários e especialistas é manter os animaizinhos em quarentena.
Em entrevista ao RDtv, o veterinário em Rio Grande da Serra, Jefferson Vilela, elenca dicas para manter a saúde dos animais intacta. Uma das recomendações é referente à limpeza dos cães na hora dos passeios. “Quem precisa sair com o cachorro, a orientação é limpar as patas na hora de voltar para a casa, priorizar horários com menor circulação de pessoas e manter o pet higienizado, com banho e tosa em dia”, sugere.
Confira outras dicas:
– O que poderia substituir os passeios fora de casa?
R: Podemos usufruir das brincadeiras, passar mais tempo com eles, dar mais carinho. Aqueles animais que podem entrar dentro de casa, brincar com bolinhas e brinquedos apropriados são orientações. Frisamos a importância de evitar brincar com objetos pessoais como camiseta e panos de prato, para que em outros momentos, eles não peguem e não brinquem com esses materiais.
– Para os passeios, quais são os cuidados básicos?
R: É necessário ter atenção para que os animais não peguem coisas como lixos e máscaras na rua, porque podem ser um vetor e levar tanto a covid-19 como outras doenças para dentro de casa. A recomendação é, além de ter cuidado redobrado com essas questões, procurar caminhar por locais limpos.
– Como manter a higiene dos pets?
R: A princípio a indicação limpar as patas com álcool em gel. Primeiro o responsável pelo pet deve passar o álcool nas mãos, espalhar e depois passar na patinha dos animais, mas sem exagero. O que pode ajudar ainda mais é mandar os bichinhos para banho e tosa.
– Qual a importância de castrar os animais?
R: Para as fêmeas, uma delas é evitar a reprodução e até abandono, que infelizmente é o que acontece quando alguns dão cria. Outra questão é referente ao cio em casa, porque a cachorrinha sangra, suja, evita ainda o tumor de mama. Para os machos, evita-se a marcação de território. Em geral é muito importante, toda prefeitura deveria adotar a castração, pois controla zoonoses, cães na rua e outras questões.
– Especialmente no período de quarentena, é necessário cuidado com aparição de morcegos?
R: Há relatos que a covid-19 veio de morcegos e, apesar de falarem que é uma doença antiga, para nós é uma doença nova. Por isso a orientação é tomarmos cuidado porque além dos morcegos hematófagos – que se alimentam de sangue – serem veiculadores da raiva, há essas questões do coronavírus que não foram totalmente explicadas.
– É certo buscar clínicas veterinárias nesse período?
R: Algumas clínicas, dispõem de Taxi Dog, serviço em que buscamos o pet, efetuamos os procedimentos desejados na clínica e devolvemos ele em casa com segurança. Para quem busca atendimento presencial, a orientação é agendar horários nas clínicas veterinárias para evitar aglomeração. Atendimentos via telefone também estão sendo feitos pela maioria das clínicas.
– Como higienizar caixas de transporte animal ?
R: O vírus é muito sensível, por isso a sugestão é usar água sanitária e sabão em pó. Em geral, nas clínicas são utilizados produtos próprios diluídos em água, além da troca constante das caixinhas.
– Quais são as principais doenças em tempos de pandemia?
R: O problema mais recorrente é diarreia. Agora que as pessoas estão em casa, acabam abusando e dando comida de gente para os animais, o que é errado e causa problemas gastrointestinais. O ideal é manter sempre o animal doméstico com ração.
– Tem problema de colocar o animal para dormir na cama do dono?
R: Não, isso vai muito da criação de casa dono de pet. O que priorizamos é que sempre haja higienização, vacinação e vermifugação.
– E em relação aos banhos, qual a orientação?
R: Os cães precisam de pelo menos um banho por semana, ao contrário dos gatos, que exigem uma vez ao mês. A temperatura vai de acordo com o que fica na temperatura ambiente para o responsável pelo pet, é necessário cuidado para a água não estar tão fria nem tão quente.